Engrenagens Territórios

Mandante dos assassinatos de Bruno e Dom é denunciado

Três anos após o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, o MPF apresentou denúncia contra o mandante do crime. Outros oito acusados já haviam sido denunciados por execução e ocultação dos corpos no Vale do Javari

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira (05/06/2025) o mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, mortos em 2022 em uma emboscada na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. A ação ocorre exatamente três anos após o desaparecimento da dupla, que mobilizou o Brasil e o mundo.

Segundo o MPF, os crimes foram motivados por razões torpes e cometidos com extrema crueldade, sem qualquer chance de defesa das vítimas. A denúncia foi protocolada na Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM) pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ). O órgão também solicitou que o sigilo do processo seja levantado, permitindo a divulgação de mais informações sobre a apuração.

Três anos de buscas por justiça

Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram em 5 de junho de 2022, enquanto viajavam pelo Vale do Javari para registrar denúncias de invasões ilegais em território indígena. Seus corpos foram encontrados dez dias depois, enterrados na mata após terem sido executados.

Desde então, o MPF vem atuando de forma contínua para responsabilizar todos os envolvidos. Menos de dois meses após os crimes, em julho de 2022, o MPF denunciou três homens: Amarildo da Costa Oliveira (“Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Todos foram presos preventivamente.

Em outubro de 2023, a Justiça Federal de Tabatinga decidiu que Amarildo, Oseney e Jefferson seriam julgados por júri popular. No entanto, em janeiro de 2025, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região manteve a pronúncia apenas para Amarildo e Jefferson, excluindo Oseney da etapa. O MPF recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que ele também seja submetido a júri popular, como os outros dois. Enquanto isso, Oseney aguarda a decisão em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.

Outros envolvidos

Em junho de 2024, o MPF denunciou ainda cinco outros homens por participação na ocultação dos corpos: Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira. Desses, quatro também responderão por corrupção de menor, por aliciar um adolescente a participar do crime.


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