Amazônia

Petroleiros alertam sobre segurança energética na Região Norte

Possível fim das operações de refino na Refinaria da Amazônia (REAM) levanta sérias questões sobre a segurança energética da região Norte

O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) tem manifestado crescente preocupação com o futuro da Refinaria da Amazônia (Ream), sediada em Manaus. Recentemente, o sindicato denunciou planos que indicam a interrupção permanente das operações de refino na refinaria, transformando-a em um terminal de apoio logístico. Essa mudança de rumo levanta sérias questões sobre a segurança energética da região Norte.

De acordo com as informações recebidas pelo sindicato, a Ream não será apenas temporariamente paralisada para manutenção, mas sim desativada como unidade de refino. O Sindipetro-AM ressalta que essa transição representaria uma ameaça significativa, já que a refinaria desempenha um papel crucial no abastecimento regional.

Segundo artigo publicado no portal Poder 360, os dados públicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), mostram que de 2022 e 2023, é possível observar que a utilização do refino caiu 62%, saindo de um volume processado de 1,7 milhão de m³ em 2022 para o valor de 673 mil m³ no ano passado. “Transformar a Ream em um terminal de apoio logístico não apenas compromete a segurança energética da região, mas também pode resultar em aumentos constantes nos preços dos combustíveis”, afirmou o Sindipetro-AM ao Vocativo.

A situação é ainda mais preocupante diante do contexto atual em que a Atem Participações, proprietária da Ream, que expandiu seus interesses para o setor de exploração e produção de óleo e gás na região, adquirindo blocos exploratórios na Bacia do Amazonas. Especialistas temem que essa aquisição aumente o poder de barganha da empresa sobre os preços dos combustíveis, já considerados os mais altos do país.

Desde a privatização da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) em 2022, também adquirida pela Atem, os preços dos combustíveis na região Norte têm experimentado aumentos substanciais. Um levantamento realizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) revelou que o gás liquefeito de petróleo (GLP) é comercializado na região por valores até 72% superiores aos praticados pela Petrobrás na Ream antes da privatização.

Recentemente, o Índice de Preços da Ticket Log (IPTL) destacou que os maiores aumentos no preço médio do litro da gasolina e do etanol foram observados na Região Norte, com o Amazonas liderando os aumentos mais expressivos. Em contato com o Vocativo, a assessoria da REAM se limitou a negar a intenção de desativar a refinaria.


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