Territórios

54% da população do Amazonas sofre com insegurança alimentar

Nada menos do que 54,4% da população do Amazonas sofre algum grau de insegurança alimentar (IA), sendo que 26% passa fome, sofrendo com a chamada insegurança alimentar grave. A informação consta no II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN), divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) nesta quarta-feira (14/09/2022).

Em números gerais, isso significa que 1.094.005 de pessoas simplesmente não têm o que comer no Amazonas, já que a população do estado segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é de 4.207.714. No total, o impressionante número de 2.272.165 amazonenses não conseguem se alimentar adequadamente.

De acordo com o estudo, três em cada dez famílias brasileiras enfrentam algum nível de falta de alimentos e passam fome. O levantamento mostrou que alguns fatores são determinantes para que esse problema esteja tão grave no país. O primeiro deles é a desigualdade. O II VIGISAN mostrou que as condições de vida da população são extremamente desiguais, especialmente dentro das suas macrorregiões.

As análises mostraram que em qualquer estado as famílias mais propensas ao acesso inadequado aos alimentos são aquelas com renda inferior a 1/2 salário mínimo. Pra se ter uma ideia, no Amazonas, 63% das famílias com essa faixa de renda enfrentam insegurança alimentar de moderada a grave.

Outro fator fundamental para essa situação é o endividamento causado pela pandemia da Covid-19. Os estados das macrorregiões Norte e Nordeste, justamente onde estão as maiores proporções de pobreza e extrema pobreza, concentram também a maior frequência de endividamento das famílias, como um dos efeitos da pandemia.

As proporções variam nos estados da região Norte entre 33,8%, em Tocantins, 54,6% no Amapá e 52,6%, no Amazonas, e no Nordeste entre 29,7%, no Rio Grande do Norte, e 57,5%, em Alagoas, com a maioria dos estados alcançando frequências superiores a 45,0% de famílias endividadas.


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