Durante a inauguração de uma praça na zona Central de Manaus, o governador Wilson Lima (União Brasil) voltou a defender a ação de garimpeiros na Amazônia e ainda criticou a ação da Polícia Federal (PF) contra a ação criminosa na região. O chefe do executivo estadual defendeu ainda a mineração de potássio em Terras Indígenas pela Potássio do Brasil em Autazes.
“O objetivo do mundo é manter a floresta do jeito que está e não nos dá nem a possibilidade de estudar pra saber se a gente, por exemplo, tem condições de explorar o potássio aqui do município de Autazes, não nos dá a possibilidade de explorar o que a gente tem de minério, não nos dá a possibilidade de explorar o gás natural”, afirmou aos jornalistas. A exploração de gás natural diz respeito ao empreendimento da Eneva no Campo do Azulão, em Barcelos.
Checagem: A declaração do governador é falsa porque não foi qualquer entidade internacional que impediu o empreendimento da Potássio do Brasil ou contesta a ação da Eneva em Barcelos, mas sim a Justiça Federal, atendendo ação do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM).
Wilson Lima criticou ainda a ação de 12 dias da Polícia Federal encerrada nesse sábado (02/09/2023) que destruiu 302 balsas usadas pelo garimpo ilegal no Rio Madeira, no estado do Amazonas. “É muito interessante do ponto de vista de construção de imagem internacional as balsas sendo explodidas lá no meio do rio, mas e depois, do que vai viver o cidadão que vive numa atividade dessas? Outra coisa: nem todos ali são bandidos”, questionou.
Checagem: A outra declaração do governador também é falsa porque garimpo em algumas regiões da Amazônia é considerado ilegal, portanto todos que foram presos durante a operação Draga Zero estavam infringindo a lei.
Com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os policiais federais percorreram 1,5 mil quilômetros do Rio Madeira, passando por cinco municípios amazonenses com objetivo de combater o garimpo ilegal na região. Os municípios alvo da operação foram: Autazes, Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã e Manicoré.
“A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos”, informou, em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Federal.
Vale lembrar que há duas matérias, explicando os prejuízos trazidos pela extração mineral na Amazônia, seja o garimpo, seja a mineração, também estão disponíveis no Vocativo.