A CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, tem eficácia geral de 50,38%. A informação foi dada hoje (12) pelo governo de São Paulo. Na semana passada, o governo havia dito que a taxa de eficácia da vacina era de 78%, mas isso se referia, na verdade, ao desfecho secundário do estudo. O Vocativo explicou tudo aqui.
Esses resultados foram observados em estudos no Brasil realizados com profissionais da área da saúde, mais expostos ao vírus. Mas, quando são considerados também os casos leves e que não necessitaram de qualquer atendimento médico, a eficácia foi menor. “Outros estudos, de outros fabricantes, não incluíram casos de pessoas que tiveram dois dias de dor de cabeça, mesmo com resultado positivo de RT-PCR. Mas nós incluímos ”, disse Ricardo Palácios, diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan.
Apesar da eficácia menor do que outras vacinas que estão sendo utilizadas, como a da Pfizer (95%), Moderna (90%), cientistas se mostraram otimistas e defenderam o uso da vacina no momento mais crítico da pandemia no Brasil e no mundo.
“O foco não é a proteção individual. Vacina não vai te liberar de distanciamento e máscara. Vacinação, por enquanto, é pra diminuir o número de doentes e internados e não deixar o sistema de saúde colapsar. E não para eliminar o vírus e poder ir pro bar”, escreveu o biólogo Átila Iamarino, em sua conta no Twitter.
“Sendo simplista, se vacinar 1 milhão com vacina que reduz 95% o maximo que você protegeu foi 950 mil pessoas. Se vacinar 200 milhões com uma vacina que reduz 50% você protege até 100 milhões de pessoas. E dos que pegam a maioria nem médico precisa”, afirmou o epidemiologista da Universidade de São Paulo (USP), Márcio Bittencourt.
As vantagens da CoronaVac também estão na logística e na acessibilidade. O governo de São Paulo já recebeu, da Sinovac, 10,8 milhões de doses da vacina. Pelo termo de compromisso assinado no final de setembro com a Sinovac, o Butantan vai receber um total de 46 milhões de doses da CoronaVac, sendo que 6 milhões dessas doses já chegarão prontas. A vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias entre elas. A vacina é armazenada em temperatura de geladeira, entre 2ºC e 8ºC.