Amazônia Covid-19

Quem tomou Coronavac ou Astrazeneca pode tomar dose de reforço da Pfizer? Entenda

A prefeitura de Manaus começa nesta quarta-feira (15/09/21) a aplicação das doses de reforço da vacina contra a Covid-19 em idosos. E as vacinas utilizadas serão as da Pfizer, mesmo para quem começou a ser imunizado com doses da Covishield (AstraZeneca) ou a Coronavac (Butantan). E embora tenham aparecido leitores preocupados com essa mudança, especialistas ouvidas pelo Vocativo garantem não haver problema.

“Do ponto de vista biológico não há motivo para ter qualquer problema. Acredito que melhoraria o resultado de imunização das pessoas. Usar uma vacina diferente ativa novas estratégias do sistema imune”, opina Mel Markoski, bióloga, professora de biossegurança da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e membro da Rede Análise Covid-19.

“Eu acho que quem recebeu a Coronavac deve tomar a dose de reforço da Astrazeneca ou de Pfizer sim. Com isso é possível dar um bom reforço principalmente nas chamadas células T, algo que a Coronavac não faz tão bem” reforça Letícia Sarturi, farmacêutica, Mestre em Imunologia, doutora em Biociências e roteirista do podcast @EscutaACiencia.

Como funcionam essas vacinas?

Vale lembrar que essas três vacinas adotam estratégias diferentes de ação para treinar o nosso sistema imune. A Coronavac, por exemplo, usa uma versão inativada (morta) do vírus. Ao ser injetado no organismo, esse vírus não é capaz de causar doença, mas induz uma resposta imunológica.

A Astrazeneca, por sua vez, usa o chamado vetor viral. Trata-se de um adenovírus, que infecta chimpanzés – inofensivo em humanos – que é manipulado geneticamente para que seja inserido o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. 

Já a vacina da Pfizer se baseia na tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. Esse RNA mensageiro sintético dá as instruções ao nosso organismo para que ele mesmo produza proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que estimulam a resposta do sistema imune.

Testes promissores

Na verdade, a mistura de vacinas, também chamada de vacinação heteróloga, não é novidade. E no caso da Covid-19, pode até render uma proteção ainda mais robusta. Um estudo alemão, por exemplo, indicou que voluntários que tomaram a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer/BioNTech apresentaram uma resposta imunológica mais ampla, com produção de diferentes anticorpos e células de defesa. Isso em comparação a pessoas que receberam as duas aplicações com o produto da AstraZeneca. Uma conclusão similar foi obtida na Espanha, após um teste com 663 pessoas.

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