Em uma manhã de muita chuva Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM) realizou uma caminhada na manhã desta segunda-feira (15), a partir das 9h, saindo da Praça da Polícia até a Praça da Matriz. O ato público deu início à greve da categoria que reivindica 15% de reajuste salarial e outras pautas.
“Nossa intenção é chamar a atenção da sociedade. Nossa categoria ficou 4 anos sem reajuste salarial, está há dois sem progressões horizontais e o auxílio localidade está congelado em R$ 30 há 30 anos. 3,93% é vergonhoso. Perdemos quase 10% do poder de compra ao longo desses quatro anos e vamos até o fim para retomar a autoestima da nossa categoria. Não são só professores. Não só profissionais com título. Representamos auxiliares de serviços gerais, merendeiras, vigias na capital e interior, além de aposentados. Nossa luta é por todos eles”, afirma Ana Cristina Rodrigues, presidente do SINTEAM.
Trabalhadores de pelo menos 23 municípios devem paralisar as atividades nas escolas estaduais a partir do dia 15. Segundo a categoria, não há sinalização de nova data para negociação por parte do governo. Até o fechamento desta atualização o governo do Estado não se pronunciou sobre a greve.
Nota do Governo
O Governo do Amazonas informa que tem se mantido aberto ao diálogo com os representantes dos servidores da área de educação e que a decisão da Justiça, que atende um pedido da Procuradoria Geral do Estado (PGE) em relação ao indicativo de greve de entidades sindicais, tem como objetivo assegurar o funcionamento da rede estadual de ensino e não prejudicar os 420 mil alunos que hoje são atendidos pela rede.
Nas negociações com a categoria, o Governo do Amazonas, que em janeiro honrou com o pagamento de 9,38% da data-base de 2016, tem apresentado propostas e possibilidades do Estado em relação às reivindicações dos trabalhadores da educação e já assegurou a eles o pagamento de 3,93% referente à data-base de 2019, assim como fez com os servidores da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e delegados da Polícia Civil.
Em razão da situação fiscal do Estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal limita a reposição da data-base ao índice de inflação acumulado nos últimos 12 meses, impedindo a oferta de percentuais maiores de reajuste.
Para os trabalhadores da educação, além do cumprimento da data-base, o Estado apresentou a proposta de pagamento das progressões horizontais por tempo de serviço, garantindo mais 2% de reajuste para 22 mil profissionais da educação. Além disso, propôs o pagamento das progressões verticais por qualificação que podem representar ganhos de 12%, 50% e 55%. As duas propostas foram apresentadas como uma alternativa para garantir ganhos reais aos servidores da educação.