
Profissionais da educação do Amazonas cansaram das más condições de trabalho e defasagem salarial em plena pandemia e resolveram entrar em greve ao longo da última semana. E apesar da primeira proposta feita pelo governo do Estado, a tendência é que o movimento de paralisação continue por mais tempo.
Dentre as reivindicações dos trabalhadores da rede pública estadual de ensino estão reajuste de 25% no pagamento das datas-base (10,54% referente à 2022, 7% relativo à 2023 e 7,56% de retroativo de 2020 e 2021), e ganho real; reajuste de 50% e 100% no vale- alimentação e auxílio-localidade, respectivamente; progressões por tempo de serviço e por titularidade, atrasados desde 2018; revisão do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), plano de saúde para aposentados e servidores que atuam no interior do Estado; e auxílio transporte para trabalhadores acima de 60 anos.
A categoria reclama ainda da dificuldade de diálogo com a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam), o governo alega que paga abono do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), porém esse pagamento não é incorporado ao salário e nem alcança os servidores aposentados.
Tentativa de acordo
Na tarde desta quinta-feira (18/05/2023), aconteceu a primeira rodada de negociações na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) entre as representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam), Profª Ana Cristina Rodrigues, e da Associação dos Servidores Administrativos da Educação (Avamseg), Cléia Branches, para uma reunião de intermediação junto ao Governo do Estado, representado pelo secretário de Governo, Sergio Litaiff.
O secretário Geral de Governo apresentou a proposta de um aumento percentual da remuneração dos servidores a partir de 8%, que será levada pelos representantes para análise dos membros do sindicato e da associação. Também foi proposta a volta das atividades dos servidores da educação na segunda-feira (22/05/2023), suspendendo a greve, e a partir da quinta-feira (25/05/2023), uma nova rodada de negociações.
Mas, segundo a professora Ana Cristina Rodrigues é pouco provável que a categoria aceite a primeira proposta. “Só a inflação dos anos de 2022 e 2023 alcançou 15,19%, fora o retroativo de 2020 e 2021, o que vem trazendo um prejuízo muito grande para o nosso salário”, afirma. De acordo com a representante do Sinteam, mais de 50 municípios do Estado já aderiram ao movimento.