O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), identificaram a presença de mercúrio nos habitantes da Terra Indígena Yanomami, da Bacia Hidrográfica do Rio Mucajaí (RR). O projeto que detectou o problema foi o ‘Impacto do Mercúrio em Áreas Protegidas e Povos da Floresta na Amazônia Oriental: Uma Abordagem Integrada Saúde-Ambiente’ e aconteceu de 8 a 16 de outubro.
A geocientista do SGB-CPRM, Patrícia Duringer Jacques, participou das atividades de campo, sob liderança do pesquisador Paulo César Basta, da Fiocruz. Ela contou que foram coletadas amostras de material geológico (água fluvial e sedimento de corrente), de material biológico (cabelo, saliva e peixe), além da realização de avaliação clínica, neurológica, pediátrica e psicológica, por meio de entrevistas com a população indígena Yanomami (subgrupo Ninam), da Região do Alto Mucajaí.
Patrícia explicou que população local vem sendo exposta aos resíduos deixados pelo garimpo ilegal, presente na região, principalmente a contaminação por mercúrio no Rio Mucajaí que afeta a biota aquática, especificamente os peixes que são consumidos pela população indígena local. “À medida que o mercúrio vai se acumulando na cadeia trófica alimentar, o nível de exposição humana e ambiental vai aumentando, e os efeitos da exposição aguda e crônica começam a ser observados” esclareceu.