Amazônia

Oxfam: Mais de 20% da Amazônia se perdeu de forma irreversível

A Oxfam International fez um alerta nesta quinta-feira (10/11/2022) durante a COP27 para o aumento fora de controle no desmatamento na Amazônia brasileira, que dobrou em relação à média de 2009-2018 e atingiu seu maior nível desde 2009. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que houve um aumento de 22% de área florestal perdida em relação a 2020. E o pior: parte dessa destruição já é irreversível.

O grupo de 19 organizações e mais de 3000 parceiros que atua em mais de 90 países, também se baseou em um estudo feito pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental (RAISG), que trouxe um dado alarmante: entre 1985 e 2020, 26% da Amazônia passou por uma transformação: 20% do território havia sofrido mudanças irreversíveis (164 milhões de hectares), e 6% da região passou por alta degradação (54 milhões de hectares).

Outras pesquisas indicam que no período 2010-2018 a Amazônia – especialmente a parte sudeste da selva brasileira – gerou 18% mais CO2 do que é capaz de transformar em oxigênio. Diante de um cenário tão crítico, é urgente que governos, corporações, financiadores e a comunidade internacional atuem para frear as causas por trás do avanço do desmatamento e da destruição do solo e dos bens comuns, reduzindo, principalmente o impacto das indústrias extrativas (petróleo, gás e mineral), de atividades ligadas à expansão do agronegócio e da pecuária.

Segundo a Oxfam, é fundamental enfrentar o avanço da construção de grandes infraestruturas, como hidrelétricas ou rodovias que destroem reservas indígenas e naturais. Isso causa não apenas o fim das florestas, mas dinâmicas de violência particularmente graves para os povos indígenas e comunidades locais, que, em defesa de seus territórios, veem seus modos de vida e o exercício de seus direitos afetados.

A entidade pediu às autoridades presentes na COP27 a passar do compromisso à ação, considerando a urgência de avançar em um quadro efetivo de ações para reduzir o desmatamento e consolidar programas que detenham a ameaça ao território amazônico e dignifiquem a vida nesta região.

“É fundamental eliminar progressivamente os combustíveis fósseis e evitar que os compromissos assumidos em termos de zero emissões líquidas de carbono sejam usados como “maquiagem verde” (greenwashing) para as corporações, gerando o aumento dos conflitos, da fome e o aprofundamento das desigualdades na região amazônica”, afirmou a entidade em comunicado.

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