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ONU: Afeganistão está praticamente inteiro exposto a passar fome

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU) informou que 98% dos afegãos não têm acesso suficiente à alimentação. O número subiu cerca de 17% desde agosto. De acordo com a agência, a crise econômica, o conflito e a seca reduziram as condições de sobrevivência das famílias, que estão recorrendo a medidas desesperadas.

Com a chegada do inverno rigoroso, nove em cada 10 famílias tiveram que optar por alimentos mais baratos por falta de dinheiro, oito em cada 10 comem menos e 70% pedem comida para sobreviver. No mês passado, a diretora do PMA no país Mary-Ellen McGroarty, alertou para o aprofundamento da crise com a queda de temperaturas.

“Estamos apavorados que este seja apenas o ponto de inflexão. Estamos apenas em novembro, e é isso que já estamos vendo antes de entrarmos no auge do inverno? E essas são as crianças que estão chegando aos hospitais. Quantas mais existem que as famílias não conseguem levar ao hospital? Portanto, por trás desse número impressionante, de insegurança alimentar, se escondem crianças que pagam um preço incrível aqui no Afeganistão no momento”.

Ela também afirmou que embora a agência tenha tentado conter uma crise maior, será necessário mais investimento para evitar uma catástrofe. O PMA calcula serem necessários pelo menos US$ 220 milhões por mês em 2022 para que atender a 23 milhões de afegãos em fome severa. Segundo dados da agência, 15 milhões de pessoas já receberam assistência neste ano, em todas as províncias do Afeganistão, sendo 7 milhões somente no mês passado.

O PMA também buscar manter o acesso a regiões montanhosas do país, onde fortes nevascas podem impedir a assistência. Para a diretora da agência, é obrigatório que a comunidade internacional separe a questão humanitária das discussões políticas. Mary-Ellen McGroarty afirmou que o povo inocente do Afeganistão teve suas vidas destruídas e não pode ser condenado à fome por causa da “loteria da geopolítica”.

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