A Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu nesta quarta-feira (03/11/21) licença para uso de emergência de vacina contra a Covid-19 Covaxin, desenvolvida Bharat Biotech da Índia. A decisão torna o imunizante a oitava vacina contra a Covid-19 a receber luz verde da OMS. Vacina ficou famosa no Brasil devido ao escândalo revelado pelos trabalhos da CPI da Pandemia no Senado.
“Essa decisão de uso de emergência amplia a disponibilidade de vacinas, a ferramenta mais eficaz de que dispomos para acabar com a pandemia”, disse Mariângela Simão, diretora-geral assistente para o acesso a medicamentos e produtos de saúde.
A Covaxin foi desenvolvida pela Bharat Biotech, em parceria com o Conselho Indiano para Investigação Médica, o órgão máximo de pesquisa do governo. A vacina é feita utilizando o vírus desativado, para proporcionar resposta imune e é administrada em duas doses.
A OMS afirmou que a vacina foi considerada 78% eficaz na prevenção da covid-19 grave e “extremamente adequada” para países pobres, devido a procedimentos de armazenamento mais fáceis. Um grupo de especialistas convocado pela OMS defendeu que são insuficientes os dados sobre a segurança da vacina em mulheres grávidas. Estudos estão sendo feitos para analisar a questão.
Polêmica
Se você estiver se perguntando onde já ouviu falar da Covaxin, foi na CPI da Pandemia no Senado, que acabou recentemente. Os trabalhos da comissão revelaram o escandaloso caso da tentativa frustrada de vender ao Ministério da Saúde a vacina indiana Covaxin, com o envolvimento das empresas Precisa Medicamentos, VTCLog (empresa de logística) e FIB Bank (empresa de garantias bancárias).
A Precisa representou no Brasil o laboratório indiano Baraht Biotech, que fabrica a vacina Covaxin, e estaria envolvida em irregularidades no processo de compras do imunizante pelo Ministério da Saúde. A vacina estava sendo negociada ao preço de US$ 15 a dose, e o contrato previa a aquisição de 20 milhões de doses, num total aproximado de R$ 1,6 bilhão, com a conversão da época. Renan quis saber do empresário quanto desse valor ficaria com a Precisa e, mais uma vez, a resposta não veio.
Outro personagem dessa rede seria o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Maximiano também é sócio da Global Saúde, acusada de não ter cumprido contrato fechado com o Ministério da Saúde para fornecer remédios de alto custo. O negócio foi feito no fim de 2017, quando a pasta era chefiada pelo deputado federal Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara.
Em depoimento à CPI, Barros disse não ter relação pessoal com Maximiano, negou ter participado de processos de negociações de vacinas e deu explicações sobre os problemas contratuais com a Global. Apesar de se negar a responder à maior parte perguntas dos senadores, o sócio da Precisa e da Global admitiu conhecer Barros e reconheceu que a emenda apresentada pelo deputado para inclusão da agência sanitária indiana na MP 1.026/2021, convertida na Lei 14.124, de 2021, era de interesse da Precisa.
Com informações das Agências Brasil e Senado