Contexto Eleições 2022

O voto útil aconteceu, só não foi para onde esperavam

Está confirmada a realização de segundo turno entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Embora esse cenário já fosse esperado, a votação do atual presidente e a eleição de muitos dos seus apoiadores surpreenderam. A verdade é que, além do fiasco dos institutos de pesquisa do país, ficaram evidentes duas coisas: a força da extrema-direita e que a chamada “terceira via” de fato ativou o chamado “voto útil”. Só que eles acabaram com Bolsonaro.

Lula terminou à frente, com 47,85% dos votos válidos, tendo virado a corrida quando 70% dos votos haviam sido apurados. Bolsonaro está em segundo, com 43,7%. A diferença entre o primeiro e o segundo colocado não permite mais a resolução da disputa no primeiro turno. Simone Tebet (MDB) aparece em terceiro, com 4,22%. Ciro Gomes (PDT) está em quarto, com 3,05%.

Análise

Em parte, as pesquisas acertaram. O ex-presidente Lula manteve a média das pesquisas de 47% de votos. O que surpreendeu foi a quantidade de votos do presidente Bolsonaro, que terminou com 43%. Em contrapartida, Ciro Gomes caiu de 6% para 3% e Simone Tebet de 6% para 4%. É nítido que houve o chamado voto útil, mas ao contrário do que muitos imaginavam, ele foi para Bolsonaro e não Lula.

Embora pareça surpreendente, uma somatória de fatores precisa ser levada em conta. Primeiro, ao longo de toda a campanha, tanto adversários como parte dos analistas insistiu na equivalência entre Lula e Bolsonaro, o que muito provavelmente induziu a opinião pública a acreditar nisso.

Na reta final da campanha, quando as pesquisas falavam na possibilidade da definição no primeiro turno, os adversários do petista praticamente formaram uma aliança contra ele, o que acabou transferindo votos para o candidato que mais tinha chances de vencer Lula, no caso, Bolsonaro.

O cenário para o segundo turno está totalmente indefinido. Embora a diferença entre Lula e Bolsonaro seja de mais de cinco milhões de votos, resta saber como reagirá o eleitorado de Ciro e Tebet. Como é improvável que o atual presidente faça alguma ponte de aliança com seus partidos, restará à essas duas lideranças se posicionarem. Resta saber qual posicionamento será esse.

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