A desigualdade de gênero no mercado de trabalho do Amazonas segue a triste tendência de desigualdade do resto do país, sendo ainda mais grave em vários cenários. É o que apontam os dados do estudo Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A situação é ainda mais grave considerando gênero e cor ou raça.
No Amazonas, em 2019, considerando as pessoas de 14 anos ou mais, as mulheres trabalhavam, em média, 6,7 horas por semana a mais do que os homens com os afazeres domésticos e cuidados de pessoas. É o maior índice de desigualdade entre no mercado de trabalho entre homens e mulheres de todo o país, seguindo do Amapá e do Acre.
Considerando gênero e cor ou raça, a diferença de horas trabalhadas com os afazeres domésticos e cuidados de pessoas é ainda maior: 10,1 horas por semana, para homens brancos e 17,5 horas trabalhadas por semana nestas funções por mulheres pardas ou pretas; ou seja, as mulheres deste grupo trabalhavam 7,4 horas a mais do que os homens brancos.
E estar fora do mercado de trabalho ou na informalidade não torna a diferença menor. Segundo o estudo, considerando as pessoas ocupadas, as mulheres do Amazonas também trabalhavam mais horas (5,2 horas) do que os homens com os afazeres domésticos e cuidados de pessoas: elas trabalhavam 15,3 horas e os homens trabalhavam 10,1 horas.
Por cor ou raça e gênero, a maior diferença fica ainda mais acentuada. As mulheres pretas ou pardas trabalhavam 15,6 horas enquanto os homens brancos trabalhavam 9,5 horas por semana, diferença de 6,1 horas. E esse número cresceu nos últimos cinco anos. Em 2016, a diferença entre os grupos era menor, 5,3 horas.
Foto: EBC