Contexto

Mundo: entenda os interesses de EUA e Rússia no conflito da Síria

O ataque em conjunto de forças dos EUA, França e Grã-Bretanha à Síria desde a última sexta-feira (13) aumentou as tensões internacionais da já historicamente delicadas relações entre norte-americanos e a Rússia. O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou o ataque pela “capacidades de armamento químico” do governo de Bashar Al Assad na Síria.
Um dia antes do ataque, o embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasyl Nebenzia, alertou para o risco de guerra entre seu país e os Estados Unidos se a Casa Branca decidisse lançar um ataque contra a Síria. “Não podemos excluir nenhuma possibilidade, infelizmente, porque vimos mensagens saindo de Washington que são muito belicosas”, afirmou o embaixador a jornalistas na sede da ONU, em Nova York.
Diante desse quadro, surgiu uma dúvida: qual o interesse de EUA e Rússia neste conflito. O professor Dr. Manuel Nabais da Furriela, Advogado e mestre em Direito pela American University (2001) e reitor do Complexo Educacional FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) fez uma avaliação do contexto para o Vocativo.com.
“A Rússia tem dois objetivos claros: tentar reconquistar a mesma influência da antiga URSS, inclusive territorialmente falando. Como, por exemplo, no episódio da anexação da península da Crimeia, que antes era da Ucrânia. O segundo motivo é que a Rússia possui bases militares na Síria e é interessante que o governante sírio esteja alinhado com os interesses do país, como é atualmente Bashar Al Saad”, explicou.
“Já para os norte-americanos tem justamente como interesse a não expansão da influência russa no resto do mundo, isso sem contar o fato do atual presidente da Síria ter feito duras críticas aos governos do Ocidente”, afirma. Furriela destacou ainda um dos efeitos colaterais desse conflito: o fortalecimento do Estado Islâmico.
“Os EUA e vários países da Europa apoiaram militarmente grupos opositores de Bashar Al Saad, que por sua vez era apoiado pela Rússia de Vladmir Putin. Nesse conflito, o governo sírio ficou enfraquecido e dentre esses grupos opositores, um dos que mais ganhou força foi justamente o Estado Islâmico, mesmo não sendo financiado por nenhum desses países”, alerta.

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