Amazônia

Mortalidade por Covid-19 no Amazonas aumentou 344,5% nas primeiras semanas de 2021

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e o Observatório Fiocruz Covid-19  divulgaram na última segunda-feira (25/01), a quarta Nota Técnica sobre o  comportamento da epidemia no Amazonas. A cidade de Manaus foi analisada de forma isolada. O documento apresenta estimativas de tendências a curto e a médio prazos.

Segundo a nota, só nas últimas semanas de dezembro de 2020, a mortalidade pela Covid-19 no Amazonas aumentou em de 131,4% e não ficou restrita à capital. O aumentou começou nas regiões do Entorno de Manaus e Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões, Médio Amazonas, Baixo Amazonas, Triângulo, Rio Madeira e Purus, com destaque para os municípios de Codajás, Apuí, Juruá, Itacoatiara, Anori, Caapiranga, Coari, Boca do Acre, Tapauá, Nova Olinda do Norte, Carauari, Tonantins, Benjamin Constant, Presidente Figueiredo, Novo Aripuanã, Careiro e Beruri.

Mas foi entre a última semana de dezembro e as primeiras semanas de janeiro de 2020 o número mais assustador. Nesse período, a mortalidade acumulada nessas regiões foi maior que 30 por 100.000 habitantes), chegando a impressionantes 344,5% de aumento.

A maior suspeita, neste momento, é que esse aumento seja causado pela variante do novo coronavírus conhecida como P1, encontrada primeiramente em quatro viajantes saídos do Amazonas que chegaram ao Japão, no início do ano. Os pesquisadores atribuem esses números também associados às linhas de maior circulação de pessoas e produtos no Estado.

No entanto, a nota traz uma ressalva importante. O documento descreve que as curvas de crescimento em diversas regiões do estado, incluindo a capital, Manaus, seguem ritmos diferentes. Em algumas, o crescimento dos casos foi exponencial e contínuo e e em outras, mais moderadas. Isso indica que a epidemia seguiu seu curso natural, ou seja, tiveram pouca ou nenhuma medida de contenção adotadas pelos gestores públicos.

Os pesquisadores afirmam ainda que o novo surto começou pelos bairros de maior poder aquisitivo, passando depois para os mais periféricos, o que acabou coincidindo com a precária cobertura de saúde do estado. A expansão do número de leitos de UTI ocorreu de modo desproporcional ao aumento do número de casos confirmados. O relaxamento das medidas de contenção no processo de evolução da epidemia também foi visto como condição importante para o recrudescimento da Covid-19.

Os pesquisadores destacaram ainda a importância da vacinação especialmente para os grupos de risco, mas alertam que estratégias de prevenção devem ser mantidas no Estado e em suas fronteiras. O documento conclui ainda que vacina não deve ser considerada como a solução definitiva do problema e, sim como mais uma ferramenta disponível a contribuir para esse objetivo.

Leia a Nota Técnica na íntegra.

Foto: Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom)

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