Morreu neste domingo (12/03/2023), aos 83 anos, o ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde janeiro com problemas renais e complicações do diabetes e teve uma piora esta semana após uma infecção bacteriana. A assessoria de Amazonino ainda não divulgou informações sobre o traslado do corpo, bem como velório e funeral.
Amazonino Armando Mendes nasceu em Eirunepé, no interior do Amazonas em 16 de novembro de 1939. Iniciou sua carreira política em abril de 1983, ao ser nomeado prefeito de Manaus pelo governador Gilberto Mestrinho (1983-1987), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Permaneceu à frente da prefeitura até abril de 1986, quando deixou o cargo para concorrer ao governo do estado nas eleições de novembro daquele ano. Elegeu-se governador num pleito marcado por denúncias de irregularidades na contagem de seus votos e teve sua vitória questionada por um dos adversários, o deputado federal e futuro senador e prefeiro de Manaus, Artur Virgílio Neto.
No pleito de outubro de 1992 Amazonino voltou a concorrer à prefeitura de Manaus e venceu. Mas, em abril de 1994, deixou o cargo de prefeito para disputar, mais uma vez, o governo do Amazonas, que também venceu. Foi substituído na prefeitura da capital amazonense pelo vice-prefeito Eduardo Braga. Na campanha, declarou apoio incondicional ao candidato do PSDB à presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, que seria vitorioso.
Com a aprovação em 1997 da emenda constitucional que permitiu aos ocupantes do Poder Executivo concorrerem à reeleição, em outubro de 1998 Amazonino reelegeu-se por uma coligação comandada pelo PFL denominada Amazonas Forte, tendo obtido 51,13% dos votos.
Polêmicas
No mês de agosto de 2004, o Ministério Público Federal denunciou Mendes à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção passiva. Segundo o Ministério, ele teria recebido vantagens na compra de grupos de geradores sem licitação para a Companhia Energética do Amazonas.
A empresa North American Export Agencies esteve envolvida nas negociações, assim como o seu proprietário, Juarez Barreto Filho, denunciado por corrupção ativa. Essas fraudes teriam ocorrido nos anos de 1987, 1988 e 1990. Amazonino negou todas as acusações.
Nesse mesmo ano, concorreu à prefeitura da capital amazonense, mas perdeu para Serafim Corrêa, candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Amazonino candidatou-se novamente ao governo do Amazonas no pleito de 2006, mas perdeu para Eduardo Braga (PMDB), que foi reeleito.
A campanha foi marcada por diversas acusações de corrupção atingindo os dois principais concorrentes. Pouco antes das eleições, as investigações da Operação Albatroz, comandada pela Polícia Federal, desbarataram uma quadrilha que fraudava licitações públicas no estado e que agira nos governos de Braga e de Mendes.
Polêmicas ambientais
Contrariando os ambientalistas, defendeu a exploração de madeira em tora como fonte de desenvolvimento do estado. Nos debates sobre ecologia e preservação ambiental, foi acusado de estimular a devastação das florestas ao distribuir gratuitamente motosserras no interior do estado.
Em 2001, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a avaliação judicial da mansão de propriedade de Amazonino Mendes, construída em um bairro nobre da cidade de Manaus. A investigação foi iniciada porque a casa não constava na declaração de renda apresentada no ano de 1998 e excedia o rendimento declarado.