O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), atendeu exigência do presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e retirou o deputado amazonense Marcelo Ramos (PSB) da vice-presidência da casa. Lira convocou eleição para três cargos da Mesa Diretora, a ser realizada na sessão do Plenário de quarta-feira (25/05/2022), com votação exclusivamente presencial.
Oficialmente, a decisão segue regimento da Câmara, que prevê, em um de seus artigos, que “em caso de mudança de legenda partidária, o membro da Mesa perderá automaticamente o cargo que ocupa”. Os três parlamentares trocaram de partido na última janela partidária. Ramos deixou o PL e se filiou ao PSD; Marília trocou o PT pelo Solidariedade, e Rose saiu do PSDB para se filiar ao União.
A verdadeira motivação, no entanto, parece ter sido outra. Em sua conta no Twitter, Ramos atribuiu a perda do cargo a pressões de Bolsonaro. “Fui eleito pelo voto de 396 deputados e deputadas e destituído por 1 e atendendo a uma ordem do Presidente da República”, afirmou.
Ramos entrou em rota de colisão em diversas oportunidades com Bolsonaro, inclusive se negado a votar projetos orçamentários do governo antes da análise de vetos do presidente sempre que esteve à frente das sessões do Congresso. O deputado amazonense havia feito campanha ativa pela eleição de Lira para a presidência da Câmara, em janeiro de 2021.
A sessão está marcada para as 13h55. O ato é decorrente da decisão que tornou vagos os cargos de 1º vice-presidente, 2º secretário e 3º secretário, após a mudança de partido dos então titulares: Marcelo Ramos (PSD-AM), Marília Arraes (Solidariedade-PE) e Rose Modesto (União-MS), respectivamente.
Com informações da Agência Câmara de Notícias