Na tentativa de se reeleger, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria causado um calote bilionário na Caixa Econômica Federal, de acordo com reportagem do portal UOL publicada nesta segunda-feira (29/05/2023). Segundo a apuração, ao perceber que sua popularidade entre eleitores de baixa renda ia mal no início de 2022, Bolsonaro decidiu utilizar o banco para aumentar a distruição de renda entre eleitores e assim tentar conquistar mais votos.
Por meio de medidas provisórias assinadas por Bolsonaro e pelo então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afastado no mesmo ano por denúncias de assédio sexual, foram criadas duas linhas de crédito no banco estatal. As medidas provisórias assinadas por Bolsonaro resultaram na criação de uma linha de microcrédito para pessoas com restrição de crédito, chamada “SIM Digital”, e na liberação de empréstimos consignados para o programa Auxílio Brasil.
Até as eleições, em outubro do ano passado, a Caixa liberou R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas. De acordo com o UOL, a manobra expôs o banco a um nível de risco sem precedentes na história recente. Isso porque o alto índice de inadimplência nessas operações trouxe consequências graves para a Caixa.
No caso do SIM Digital, pra se ter uma ideia, a inadimplência chegou a 80% neste ano, o que deve acarretar um rombo nas contas do banco. Parte desse prejuízo será coberta com recursos do FGTS. Já no caso dos empréstimos consignados para o Auxílio Brasil, mais de 100 mil devedores foram excluídos do Bolsa Família este ano e o pagamento das parcelas é incerto.