Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (11/11/2022), revelam que de 1º a 31 de outubro foi registrada a maior área com alertas de desmatamento na Amazônia da série histórica para o mês. O número é maior do que aquele registrado em outubro de 2021 quando a área com alertas atingiu 876,56 km².
A destruição se concentrou no estado do Pará (48,12%), seguido de Mato Grosso (16,61%), Amazonas (15,76%) e Rondônia (7,59%). No acumulado entre janeiro e outubro de 2022, houve recorde da série histórica: uma área total destruída de 9.494 km², superando o registrado nos outros anos inteiros da série, mantendo o padrão registrado durante o governo Bolsonaro.
“Apesar de uma perspectiva mais otimista com o fim da uma política claramente antiambiental de Bolsonaro, as ações e omissões do governo ainda produzirão danos diretos e indiretos para a Amazônia e seus povos por algum tempo. Será um enorme desafio reverter a situação atual, mas se o Brasil realmente quiser voltar a ser uma liderança no debate climático, esse é um caminho inevitável, e essa agenda tem pressa.” comenta o coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas.
De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), 49% das emissões em 2021 foram advindas do desmatamento, e seguem em direção ao maior bloco contínuo de floresta bem conservada na Amazônia, localizada no Estado do Amazonas. A destruição desenfreada da Amazônia está levando a floresta para um ponto de não retorno e ameaçando um ecossistema vital. “O momento é crucial para a Amazônia, pois dela depende o clima do mundo e, consequentemente, a economia, agricultura e a saúde de todos os habitantes deste planeta. Precisamos sair do âmbito das promessas e partir para real ação”, complementa Freitas.