Contexto

Impasse suspende (e pode melar) a filiação de Bolsonaro ao PL

A filiação do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) ao PL (Partido Liberal) pode nem chegar a acontecer. Isso porque a sigla divulgou nota na manhã deste domingo (14/11/21) dizendo que a cerimônia de filiação, que seria no próximo dia 22, foi cancelada após “intensa troca de mensagens na madrugada”. E não há uma nova data prevista para acontecer.

“O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, comunicou aos liberais que a cerimônia de filiação do presidente Bolsonaro ao PL não será realizada no próximo dia 22, conforme anunciado na última semana”, diz o comunicado. O presidente Bolsonaro, por sua vez, está em missão junto com ministro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Costa Neto não deu mais detalhes do que teria acontecido.

O motivo do impasse seria uma suposta imposição de Bolsonaro em não aceitar apoiar em São Paulo alguém do PSDB, como o atual governador João Dória, seu inimigo declarado. O presidente também teria interesse em lançar o atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Avaliação do Vocativo

Há outro fator que pode ter motivado esse adiamento. Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada na última quarta-feira (10/11/21), o governo Bolsonaro atravessa seu pior momento. Em um mês, a reprovação ao governo subiu de 53% para 56%, enquanto a aprovação oscilou de 20% para 19%. Ao todo, 69% dos entrevistados acham que Bolsonaro não merece ser reeleito. Em contrapartida, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva aparece liderando em todos os cenários para 2022.

Não bastasse isso, a sinalização de uma aliança entre Lula e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deverá se filiar ao PSD, é outro indicador importante. Em caso de uma cada vez mais plusível derrota de Bolsonaro na campanha, que prometerá ser tensa e cheia de ataques entre os candidatos, o PL pode compartilhar o isolamento e a desaprovação do presidente, prejudicando o crescimento da bancada nas eleições e a própria composição com o próximo governo em 2023. Com tudo isso, talvez seja mais do que prudente, do ponto de vista político, aguardar.

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