Eleições 2022

Genial/Quaest: Bolsonaro melhora pouco e devagar demais

A 14ª rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que a diferença entre os principais candidatos caiu dois pontos. Mas se a eleição fosse hoje, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ainda teria 44% dos votos no primeiro turno, contra 32% do presidente Jair Bolsonaro. A diferença entre os dois candidatos, de 12%, é a menor da série histórica iniciada em julho de 2021.

No entanto, vale lembrar que considerando-se apenas os votos válidos, Lula teria 51% dos votos, vencendo no primeiro turno na margem de erro de 2 pontos percentuais. Em relação a janeiro, Lula oscilou de 45% para 44% das intenções, enquanto Bolsonaro subiu nove pontos percentuais, passando de 23% para 32%, época em que o ex-juiz Sérgio Moro desistiu da sua candidatura. Os outros candidatos, somados caíram de 19% para 10%. A Genial/Quaest tem a mais longa série de pesquisas eleitorais nacionais de entrevistas presenciais no país.

Ciro Gomes (PDT), teve 5% das intenções de voto, com nova oscilação de 1 ponto percentual em relação ao mês anterior. André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) mantiveram 2% de intenções de voto cada um, e Pablo Marçal (PROS), 1%. Os demais candidatos – Vera Lúcia, Eymael, Sofia Manzano, Felipe d´Ávila, Luciano Bivar e Leonardo Péricles – não pontuaram. Eleitores indecisos são 6%, mesmo percentual dos que pretendem votar nulo.

O Nordeste segue sendo a região onde Lula teria vitória mais folgada: 57% contra 22% de Bolsonaro. Em dois meses, a diferença entre os dois candidatos caiu de 53 para 35 pontos percentuais na região. Na região Norte, o ex-presidente também perdeu terreno. Em junho tinha 59% das intenções de voto contra 22% de Bolsonaro, e agora tem 41%, contra 35% do presidente. Nas demais regiões, as oscilações foram menores. As intenções de voto nos dois candidatos variaram de 1 a 3 pontos percentuais, praticamente dentro da margem de erro. No Sudeste, Lula tem 39% das intenções de voto contra 36 de Bolsonaro; no Sul, 40% contra 35%; no Centro-Oeste, também 40% contra 35%.

Na simulação de segundo turno, o ex-presidente teria 51% dos votos, contra 37% de Bolsonaro. Isso significa que entre o primeiro e o segundo turno, Lula cresce 6 pontos percentuais, enquanto Bolsonaro sobe 5 pontos. Eleitores indecisos somam 3%, mesmo patamar desde o início da pesquisa, enquanto 6% informaram que pretendem votar em branco, anular o voto ou não comparecer às urnas. O índice de rejeição de Bolsonaro é de 55%, contra 44% de Lula. Ciro Gomes tem rejeição de 53%.

A economia continua sendo considerada o principal problema do Brasil por 40% dos entrevistados, um índice que vem caindo gradualmente, assim como a expectativa de piora da situação econômica, que está em seu nível mais baixo. A preocupação com a renda da família também recuou, de 44% para 40%. Esta é a última pesquisa Quaest antes do início da propaganda eleitoral e do pagamento da primeira parcela do Auxílio Brasil.

Interpretação

Como já foi explicado neste texto, o tempo é o principal adversário de Bolsonaro. O reajuste do Auxílio Brasil só passe a vigorar a partir do dia 09, menos de dois meses antes da eleição, dando pouco tempo para alguma mudança na vida do eleitor mais pobre. Outro detalhe é que a metodologia da Quest utiliza amostras menores, o que pode gerar distorções nos números.

No entanto, mesmo que seja o caso, por mais melhora que os indicadores do governo sofram nas próximas pesquisas, parece improvável que na velocidade que os números estão mudando, isso sirva para deixar o atual presidente em pé de igualdade com Lula. Isso sem contar a campanha eleitoral, onde o petista terá tempo de TV e debates pra explorar as falhas da atual gestão.

Metodologia

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.000 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 28 e 31 de julho, em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 estados. Desde julho de 2021, a Genial/Quaest realiza pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais. O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: