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Fiocruz: retomada de eventos sociais requer cobertura vacinal de 80%

Pesquisadores do Observatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmaram ser fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total para que sejam retomados eventos com grande público

O novo Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (04/11/21) pela instituição, adverte para a necessidade de cautela na retomada de eventos sociais com aglomeração, considerando somente o percentual de adultos completamente vacinados. Em todo país, pelo menos 14 milhões de pessoas podem estar com a vacinação atrasada.

Os pesquisadores do Observatório afirmaram ser fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total para que sejam retomados eventos com grande público. Alcançada essa meta, alertam que, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir também crianças e adolescentes.

Os cientistas lembraram que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. “Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, diz o boletim.

De acordo com o boletim, a cobertura vacinal vem aumentando gradualmente, tendo atingido, recentemente, 55% da população total, portanto ainda distante do patamar ideal. O documento destaca também a existência de uma quantidade significativa de pessoas que precisam retornar aos postos de saúde para a segunda aplicação da vacina contra a Covid-19.

Segundo destacam os pesquisadores, a recomendação é que, enquanto se caminha para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos devem ser mantidas e a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação. O documento acentua que países do Leste Europeu, bem como os Estados Unidos, vêm apresentando surtos de covid-19 em condições de baixa cobertura de vacinação, o que deve ser evitado no Brasil.

Atrasados

Um outro estudo da Fundação aponta que mais de 14 milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra covid-19 em atraso de mais de 15 dias. A informação consta no segundo Boletim VigVac, produzido pela Fiocruz Bahia, com base em dados até 25 de outubro.

Os pesquisadores ressaltam que o número de pessoas com a dose em atraso de mais de 15 dias duplicou, entre 25 de setembro e 25 de outubro, saltando de cerca de 7 milhões para 14.097.777. Cerca de metade dos atrasados já deveria ter tomado a segunda dose há mais de 30 dias e 14% deles já perderam o prazo há mais de 90 dias.

A análise levou em conta apenas atrasos de mais de 15 dias por considerar o tempo de entrada das informações na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e por entender que um tempo curto de atraso pode ocorrer por motivos de dificuldade de agendamento e indisponibilidade das pessoas para se vacinarem. Além disso, os pesquisadores ponderam que o risco individual não é elevado em um intervalo relativamente curto de demora na conclusão do esquema vacinal. 

Com informações da Agência Brasil

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