No momento em que a campanha eleitoral se intensifica, a família Bolsonaro foi alvo de duas graves denúncias nesta terça-feira (30/08/2022). Reportagem do portal UOL mostrou que o clã negociou 107 imóveis, sendo 51 pagos em dinheiro vivo. Em outra denúncia, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi acusada de atrapalhar o andamento de uma investigação contra Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente, por suposto tráfico de influência em março de 2021.
Imóveis com dinheiro vivo
Os repórteres Juliana Dal Piva e Thiago Herdy fizeram levantamentos em cartórios e descobriu que os Bolsonaro (Jair, seu irmão Renato e seus filhos Eduardo, Carlos e Flávio) pagaram R$ 25,6 milhões – em valores corrigidos – em dinheiro vivo por 51 imóveis desde os anos 1990 no Rio de Janeiro, São Paulo e em Brasília.
Até a mãe de Bolsonaro, dona Olinda, falecida em janeiro deste ano, participou das movimentações. Ela teve os dois únicos imóveis adquiridos em seu nome quitados em espécie, em 2008 e 2009, em Miracatu, no interior de São Paulo. Embora não seja considerada ilegal, a prática é considerada suspeita por tornar as transações difícil de serem rastreadas, o que geralmente é feito em operações de lavagem de dinheiro.
Abin teria ajudado Jair Renan
Na outra notícia do dia, matéria do jornal O Globo descobriu relatório da Polícia Federal acusando a Abin de atrapalhar investigação que envolvia Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente, por suposto tráfico de influência.
Segundo a reportagem, um integrante da Abin admitiu em depoimento que recebeu a missão de levantar informações de um episódio relacionado ao filho do presidente, com o objetivo de prevenir “riscos à imagem” de Bolsonaro.
A operação aconteceu em março de 2021, quatro dias depois que o filho do presidente e o seu preparador físico Allan Lucena se tornarem alvos de uma investigação da PF. A dupla é suspeita de abrir as portas do governo para um empresário interessado em receber recursos públicos.