Atualizada às 21h
Um avião Bandeirante, de matrícula PT – SOG da empresa Manaus Aerotáxi, caiu na tarde de hoje na cidade de Barcelos, distante 399.82 km de Manaus causando a morte de 14 pessoas, sendo 12 passageiros e dois tripulantes. Embora inicialmente afirmaram se tratar de turistas americanos, todos a bordo eram brasileiros. Confira a lista abaixo:

No momento do acidente, uma forte chuva atingia o município. De acordo com informações preliminares, entre as vítimas estão 12 passageiros, turistas brasileiros de outros estados, que estavam indo ao município para a prática de pesca esportiva, além dos dois tripulantes da aeronave.
Ainda não é possível determinar as causas do acidente e as investigações ficarão a cargo do CENIPA e Polícia Civil do Amazonas. Em nota, a Manaus Aerotáxi lamentou o acidente e afirmou que conta “com o respeito à privacidade dos envolvidos neste momento difícil e estaremos disponíveis para prestar todas as informações necessárias e atualizações à medida que a investigação avançar”.
Por não serem permitidos pousos e decolagens à noite, os corpos serão trazidos para Manaus no domingo e ficarão acondicionados em Barcelos até a chegada de equipes de peritos do Instituto de Identificação do Amazonas, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, que embarcam para o município nas primeiras horas da manhã de domingo, acompanhados de investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Força Aérea Brasileira.
“Amanhã, por volta das 5h, sai de Manaus uma aeronave disponibilizada pela Aeronáutica, com integrantes do DPTC, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. A expectativa é que amanhã mesmo possamos trazer os corpos para Manaus e, imediatamente, fazer todo o trabalho no IML e a liberação dos corpos”, explicou o secretário Vinícius Almeida, que ressaltou que a identificação oficial das vítimas só será possível após o trabalho de perícia.
Histórico de problemas judiciais
O Vocativo fez um rápido levantamento e encontrou 12 processos judiciais envolvendo a Manaus Aerotáxi Participações LTDA, sendo alguns deles relacionados a segurança de voo. Em 2017, a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11a Regiao – AM/RR (TRT11) determinou que a empresa indenizasse em R$ 20 mil por danos morais um copiloto que comprovou ter trabalhado em aeronaves com falhas em equipamentos.
No processo, o ex-funcionário, que trabalhou na empresa aerea de Janeiro de 2011 a outubro de 2015 alegou ter trabalhado durante os quase cinco anos de vínculo empregatício em aeronaves que apresentavam problemas como vazamento de combustivel, radar meteorológico inoperante e abertura da porta de passageiros na corrida de decolagem.
Segundo o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), ainda há o processo nº 0781238-43.2022.8.04.0001, que tramita na Justiça do Amazonas envolvendo a venda da empresa e dos seus aviões. “Com bloqueio judicial para venda da aeronave, os novos donos conseguiram burlar questões judiciais e, sem pagar despesas da compra da empresa deveriam ter tomado o cuidado necessário para a segurança do voo num dia como esse”, afirmou o parlamentar na plataforma X.
Contratos milionários com poder público
Outro dado importante da empresa são contratos milionários firmados entre a Manaus Aerotáxi e o governo do Amazonas e a Assembleia Legislativa do estado (Aleam). Em agosto de 2021, a empresa recebeu da Casa Militar exatos R$ 2.325.910,60 por cinco contratos, sendo dois aditivos e tres por processo indenizatório. Já da Aleam, a empresa recebeu em 2019 três aditivos de renovação contratual Nº 14/2019 com reajuste de 9,30% e somou a quantia de R$ 5.068.438,08.