O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve nesta segunda-feira (11) em Manaus e mais uma vez frustrou as espectativas da população e não apresentou uma data ou mesmo um cronograma de vacinação para o estado.
Em sua fala durante o encontro com o governador do Amazonas, Pazuello voltou a afirmar que a vacinação terá início simultâneo em todas as unidades da federação, “no dia D e na hora H”. O ministro não deu data específica, mas disse que os brasileiros estarão sendo vacinados “três a quatro dias” após a aprovação do uso emergencial de qualquer vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Assim como tinha feito na semana passada, o ministro apresentou três possíveis cronogramas. Em um panorama mais curto, a vacinação poderá começar até 20 de janeiro, segundo ele, caso haja liberação rápida da Anvisa. Nessa hipótese, já há 6 milhões de doses da CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac, disponíveis para uso, que foram importadas pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Nesse caso, segundo ele, uma dificuldade é que a CoronaVac não possui autorização para uso emergencial nem mesmo na China, o que pode resultar em demora maior para a aprovação pela Anvisa. Ele afirmou que o ministério “tem todo interesse” na aprovação do imunizante.
Outras 2 milhões de doses da vacina da Astrazeneca/Oxford já foram compradas na Índia, onde já tiveram uso autorizado, disse o ministro. A chegada deve ocorrer dentro de dez dias, a depender de liberação pelo governo indiano.
Outras vacinas
O ministério também negocia a compra de diversas outras vacinas – como a Sputinik V (imagem acima), de origem russa, as vacinas norte-americanas da Pfizer e da Moderna, e a vacina Jansen, empresa do grupo Johnson & Johnson. No entanto, ele voltou a afirmar que as quantidades disponíveis para importação são “pífias” para as dimensões do Brasil e que o país precisa contar com a fabricação própria.
Única dose
Ainda durante a visita, o ministro sugeriu ainda que o programa de vacinação contra a doença a ser implementado pelo governo pode priorizar a aplicação da primeira dose no maior número possível de pessoas, antes que se inicie a aplicação da segunda.
A medida é tema de debates entre cientistas, que diante da disparada de casos em diversas partes do mundo entende que a melhor saída é ampliar ao máximo o número de pessoas vacinadas para impedir o avanço do vírus. Outros, contudo, temem que a proteção seja menor e algumas pessoas fiquem vulneráveis.
Tratamento precoce
Pazuello voltou a insistir no chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19, mesmo que entidades como a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirme que tal tratamento ainda não existe e que medicamentos como a hidroxicloroquina e ivermectina não possuem eficácia contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Situação dramática
Na média dos últimos 14 dias, o Amazonas teve alta de 72% nas contaminações e 80% nas mortes, segundo os dados do governo estadual. Tanto a rede pública como a privada encontram-se com mais de 90% dos leitos ocupados, sejam normais ou de UTI.
Com informações da Agência Brasil. Lucas Silva/Secom