O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, confessou ter mentido ao acusar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva de corrupção e tráfico de influência junto ao governo da Costa Rica, em processo arquivado pela Justiça nesta segunda-feira (13/09/21). A informação foi divulgada pela jornalista Bela Megale, do jornal O Globo desta terça (14/09/21).
“A empresa OAS não obteve nenhuma vantagem, pois inclusive não foi beneficiada por empréstimos do BCIE – Banco Centro Americano de Integração Econômica. Não sabendo informar se houve efetividade da solicitação do Presidente do BCIE, senhor Nick Rischbieth junto ao senhor Ex. Presidente Lula e demais autoridades citadas”, escreveu em carta de próprio punho escrita em maio deste ano, anexada ao processo um mês depois.
No acordo de delação premiada junto à Lava Jato, o ex-executivo havia sido contratado pela OAS para realizar uma palestra na Costa Rica. O objetivo era influenciar os dirigentes daquele país a fazer negócios com a construtora. Na carta, Pinheiro disse que nunca autorizou ou teve conhecimento de pagamentos de propina às autoridades citadas no caso.
Arquivamento
O caso foi arquivado nesta segunda por ausência de justa causa e prescrição da pretensão punitiva. A 9ª Vara Federal de São Paulo acolheu pedido da defesa do ex-presidente para determinar o trancamento da investigação.
Para a defesa de Lula, o arquivamento do 19º procedimento investigatório instaurado contra ele, com base em acusações infundadas, confirma que o ex-presidente foi vítima de lawfare. Revela, ainda, que a “lava lato” colocou em xeque o Estado de Direito ao promover delações premiadas sabidamente descabidas com o nítido objetivo de atingir e aniquilar alvos pré-definidos.