Amazônia Covid-19

Dois anos depois do colapso, responsáveis reeleitos (ou quase todos)

Neste sábado (14/01/2023) completam dois anos da tragédia do colapso no fornecimento de oxigênio para unidades de saúde de Manaus que matou pelo menos 33 pessoas durante a segunda onda da pandemia da Covid-19. Os principais gestores públicos do estado durante a tragédia não só escaparam de punição como quase todos conseguiram se reeleger nas eleições de 2022 e ocuparão novos cargos na administração.

Não há qualquer investigação em curso, seja na Assembléia Legislativa do Amazonas (Aleam) ou Câmara Municipal de Manaus (CMM). Uma comissão parlamentar de inquérito chegou a ser aprovada na Aleam no final de 2021, mas nunca saiu do papel. O fato é que os gestores públicos responsáveis pela administração estadual na época da tragédia não sofreram perdas políticas e conseguiram manter seus mandatos.

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) terá, a partir de janeiro de 2023, uma nova composição em suas 24 cadeiras. O governador Wilson Lima (União Brasil) se reelegeu com 57,21% (1.006.615 votos )e ficará mais 4 anos à frente do Amazonas. Sua gestão foi alvo de denúncias de corrupção durante a pandemia, além de ter sido avisado duas vezes sobre a iminente falta de oxigênio na rede hospitalar.

O presidente da Aleam (que também presidia a Aleam em janeiro de 2021), Roberto Cidade (União) foi o mais votado do pleito, com 105.506 votos (com 99,99% das urnas apuradas). A votação, que também é a maior já dada a um deputado estadual no Amazonas, o reconduz ao exercício do segundo mandato. O partido União Brasil formou a maior bancada da Aleam, com seis deputados estaduais.

Embora tenha sido derrotado na eleição no Estado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu em Manaus com ampla vantagem, obtendo 61,28%% dos votos. O atual presidente também levou em Boca do Acre (54,66%), Apuí ( 63,68%) e Guajará (60,39%).

No dia 14 de janeiro de 2021, Manaus viveu provavelmente o dia mais sombrio da sua história. Devido ao número exponencial de casos de Covid-19, cerca de 30 pessoas (o número não é exato) acometidos pela doença morreram por asfixia mecânica em hospitais da capital do Amazonas porque o fornecimento de oxigênio da rede não deu conta do atendimento e entrou em colapso. 

Órgãos de fiscalização como o Ministério Público Federal (MPF-AM) e Ministério Público do Estado (MPAM) também são evasivos nas respostas, se limitando a dizer ao Vocativo que “investigações estão em curso”.

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