Nem o governo do Amazonas nem a prefeitura de Manaus possuem até o momento planos para compra de vacinas contra a Covid-19, mesmo depois de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada pelas duas administrações em comunicados enviados ao Vocativo.
A prefeitura de Manaus afirmou que o prefeito David Almeida participou na última terça-feira (23/02) de uma reunião em Brasília onde a aquisição de doses das vacinas foi debatida com representantes da Casa Civil, Ministério da Saúde e grupos de empresários do setor privado, mas essas doses só estarão à disposição para venda a partir de junho. Por esse motivo, o prefeito afirmou afirmou acreditar que a solução para esse impasse é investir na produção nacional.
Atualmente, as duas únicas vacinas que estão sendo aplicadas em todo o país são produzidas pela Fiocruz, que produz a Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e pelo Insituto Butantan, que desenvoveu a CoronaVac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Já o Governo do Estado informou que estava buscando junto a outros governos estaduais alternativas para aquisição de imunizantes já liberados para uso pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda segundo o comunicado, os Estados que se uniram na intenção de compra estão analisando possibilidades, mas ainda não há formalização de aquisições.
A Justiça do Amazonas determinou que o governo do Estado gaste R$ 150 milhões com a compra de vacinas contra a Covid-19. A determinação partiu da juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, titular da 1ª Vara da Justiça Federal do Amazonas, que autorizou a compra nesta quinta-feira (26/02).
Vale lembrar que a situação da pandemia em todo o estado ainda é grave. Enquanto a capital se encontra na fase vermelha de risco de transmissão do novo coronavírus, o interior atualmente está na fase roxa, a mais grave de todas.
O estado tem até o momento 313.911 os casos de Covid-19 confirmados, 1.254 pacientes internados, sendo 508 em UTI e 10.784 o total de mortes. Apenas 272.170 doses de vacinas foram aplicadas até esta sexta-feira (26/02).
Vacinas aprovadas no mundo
De acordo com a decisão do STF, estados, municípios e iniciativa privada podem comprar vacinas mesmo que elas não tenham aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Basta que o imunizante tenha aprovação em alguma agência internacional, como a Food and Drugs Administration (FDA, dos EUA) ou a Agência de Medicamentos da União Europeia (EMA, na sigla em inglês).
Até o momento, além da Covishield e da CoronaVac, estão em uso as vacinas da Pfizer (a única já com registro definitivo no Brasil), Moderna, Sputinik V, Sinopharm e Cansino, essas duas últimas da China.
Foto: Arthur Castro / Secom