Dados do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz divulgados na última sexta-feira (08/10/21) mostram que o Brasil vem tendo uma queda sucessiva no número de casos e mortes relacionadas com a Covid-19. Além disso, há uma paralisação na alta da taxa de ocupação de leitos de UTI usados para pacientes adultos com a doença. No entanto, o país não está conseguindo manter um bom nível de medidas preventivas para bloquear a circulação do vírus.
A análise mostra que essa diminuição é resultado do aumento da cobertura vacinal em toda a população. No entanto, o pesquisador Raphael Guimarães, do Observatório Fiocruz Covid-19, diz que as pessoas estão relaxando no isolamento e que a pandemia ainda não está sob controle.
“Apesar da queda [de óbitos], estamos tendo um nível de detecção relativamente alto de transmissão. Isso significa dizer que as medidas preventivas estão cursando bem em alguns aspectos, mas ainda não estamos a ponto de dizer que está tudo controlado. Apesar da vacina, as pessoas estão relaxando nas medidas de proteção e isso é preocupante. Para garantir que a transmissão fique em um nível não preocupante, é preciso que tenhamos um bloqueio da circulação do vírus e só vamos conseguir isso elevando ainda mais a vacinação e se protegendo adequadamente”, explica.
O Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de zero, o que significa que não há diferença na intensidade de circulação de pessoas nas ruas em comparação ao que era observado antes da pandemia. Sobre a transmissão, o boletim leva em consideração a população que está sob risco de contrair vírus respiratórios. O cálculo é feito por unidade da federação para, dessa forma, classificar o risco de transmissão comunitária dessas enfermidades.
Ocupação de Leitos de UTI Covid-19
De acordo com dados coletados no dia 4 de outubro, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS estão estáveis em boa parte do país. Na grande maioria, os índices estão abaixo de 50%. O Distrito Federal é exceção: voltou à zona de alerta crítico com 83% da capacidade de ocupação dos leitos Covid-19 e está com a taxa de letalidade em 1,15% pelo terceiro dia seguido. Desde março, a taxa não chegava a esse patamar.
Amazonas em amarelo
Já no Amazonas, o Comitê Intersetorial de Enfrentamento da Covid-19, em reunião também na sexta, após avaliar os dados relacionados à pandemia, definiu que o Amazonas está na fase amarela em relação às restrições, ou seja, em baixo risco, mas em alerta. O comitê também estabeleceu novos protocolos, que começam a valer a partir de 1º de novembro, para eventos esportivos e grandes eventos.