A situação da Covid-19 em dois países na Europa são um bom alerta de que a pandemia ainda está longe de acabar. Moscou voltará a adotar medidas de lockdown a partir do dia 28 de outubro para combater uma alta nos casos, enquanto o Reino Unido registra a maior média diária da Europa, com 50 mil infecções por dia e já vê o número de óbitos e internações aumentarem.
O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou nessa quarta-feira (20/10/21) o fechamentos dos ambientes de trabalho por uma semana, entre 30 de outubro e 7 de novembro. Ele disse que os líderes regionais poderão adotar outras medidas da maneira que quiserem. A Rússia registrou alta diária recorde, tanto de mortes relacionadas ao novo coronavírus quanto de novas infecções pela covid-19, nesta quinta-feira.
O Reino Unido, por sua vez, registrou 223 mortes novas de Covid-19 na terça-feira, o maior número diário desde março, e os casos no país são os maiores da Europa, com quase 50 mil infecções novas informadas nesta quarta. Ao contrário do presidente Russo, o primeiro Ministro Boris Jonhson afirma que o seu governo não pretende estabelecer medidas de fechamento.
Possíveis causas
Problemas na vacinação e o relaxamento de medidas de saúde pública como uso de máscaras são apontadas como as causas mais prováveis dessa piora nos números. Mesmo sendo um dos primeiros países a começar a campanha de vacinação, desde 4 de julho, o Reino Unido estagnou em 67% da população com esquema vacinal completo. Em contrapartida, o relaxamento de medidas como o uso de máscaras e distanciamento foi praticamente total. É comum observar jogos da Premier League com estádios lotados e praticamente ninguém usando a proteção.
A Rússia, por sua vez, enfrenta outro problema. O país foi o primeiro do planeta a anunciar o início da vacinação contra a Covid-19, ainda no primeiro semestre de 2020, com a Sputnik V. Mas o processo foi considerado rápido demais, por ter pulado a terceira fase de estudos. Mais tarde, uma série de polêmicas envolvendo o imunizante colocou em cheque sua segurança. “Sem cumprir etapas de segurança, a população não se sente segura para se vacinar”, comentou o biólogo Átila Iamarino, em sua conta no Twitter.
Existe também a possibilidade dos casos terem relação com o surgimento de uma nova variante, ainda sem denominação específica, a AY.4.2, uma “descendente” da Delta, conhecida como “Delta Plus”, que é responsável até aqui por 6% dos novos casos nesses dois países. Essa última hipótese, porém, ainda não foi confirmada.