Neste domingo (06/11/2022) começou a Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas (COP27), em Sharm El-Sheikh, no Egito. A principal pauta da reunião é a de acelerar ações contra o aquecimento global e seus impactos, além de reparar ‘injustiças climáticas’.
Este ano, o evento ocorre em meio a alertas contra o aquecimento global e grande nervosismo com o desabastecimento energético, além da grande expectativa da volta do Brasil ao protagonismo ambiental com a saída do atual presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, tanto o Brasil quanto a Europa já sentem na pele as mudanças climáticas.
25% do Brasil está mais úmido
Lançado poucos dias antes da COP27, o Relatório sobre a Lacuna de Adaptação 2022, conclui que os esforços globais para planejar, financiar e implementar a adaptação à mudança climática não estão acompanhando os riscos crescentes.
Hoje, problemas como poluição atmosférica, poluição das águas, queimadas, desmatamentos e enchentes estão cada vez mais frequentes e afetam tanto a qualidade de vida do homem, como de todas as espécies existentes. No Brasil, não é diferente.
Dados da Agência Nacional das Águas, MapBiomas e Institutos Internacionais de Meteorologia, apontam que o país ficou mais seco em 42% do seu território, área que abrange parte das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Já 25% do território brasileiro estão mais úmidos, com chuvas mais intensas e frequentes no Norte da Amazônia e na região Sul.
Europa mais quente
Segundo a ONU, as temperaturas na Europa aumentaram mais que o dobro da média global nos últimos 30 anos e são as mais altas de qualquer continente do mundo. É o que aponta um relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). À medida que a tendência de aquecimento continua, calor excepcional, incêndios florestais, inundações e outros impactos das mudanças climáticas afetarão a sociedade, as economias e os ecossistemas, avalia a agência.
Derretimento de geleiras
O estudo sobre a Situação do Clima na Europa, produzido em conjunto com o Serviço Copérnico de Mudanças Climáticas da União Europeia, afirma que entre 1991 e 2021, as temperaturas no continente aumentaram uma taxa média de cerca de mais 0,5°C por década. Como resultado, as geleiras alpinas perderam 30 metros de espessura de gelo de 1997 a 2021.
Além disso, a camada de gelo da Groenlândia está derretendo e contribuindo para acelerar o aumento do nível do mar. No verão de 2021, além do derretimento, foi registrada a primeira chuva em seu ponto mais alto, a estação Summit.
Impacto humano
Segundo a OMM, em 2021, eventos climáticos de alto impacto levaram a centenas de mortes, afetaram diretamente mais de meio milhão de pessoas e causaram danos econômicos superiores a US$ 50 bilhões. Cerca de 84% dos incidentes foram inundações ou tempestades.
À medida que o clima continua a mudar, a saúde da população europeia deve ser afetada de várias maneiras, incluindo morte e doenças decorrentes de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
A OMM também alerta para o aumento nas zoonoses, doenças transmitidas aos seres humanos a partir de animais, junto com alimentos, água e doenças transmitidas por vetores, e uma crescente incidência de distúrbios de saúde mental.
Os eventos climáticos extremos mais mortais na Europa vêm na forma de ondas de calor, particularmente nos países ocidentais e do sul. A combinação de mudanças climáticas, urbanização e envelhecimento da população na região cria e deve aumentar a vulnerabilidade ao calor.