Covid-19

Cientistas descobrem nova variante do coronavírus em Botsuana, na África

Cientistas descobriram uma nova variante do coronavírus circulando na África do Sul. Ainda não se sabe se ela é mais perigosa, mas algumas das suas mutações ainda não tinham sido vistas em outras versões do vírus

Cientistas descobriram uma nova variante do coronavírus que causa a Covid-19 circulando nos territórios da África do Sul e Botsuana, na África e em Hong Kong, na Ásia. Até o momento ainda não se sabe se essa nova variante pode causar formas mais graves ou letais da doença, se espalhar de forma mais eficiente ou mesmo escapar da proteção das vacinas.

Ela foi batizada provisoriamente com a sigla B.1.1.529 e tem 32 mutações na chamada proteína spike (a parte da coroa do vírus que se liga às células humanas). O grande motivo de preocupação é que a maioria das vacinas utilizadas contra a doença, especialmente as da Pfizer e da AstraZeneca tem como alvo justamente essa proteína.

Outra preocupação é que a África do Sul já sofreu com os efeitos de outra das chamadas Variantes de Preocupação (VOC’s, em inglês) no final de 2020: a variante Beta. No caso, essa variante conseguia escapar de parte da proteção das vacinas da AstraZeneca, motivo que fez a África do Sul dispensar milhões de doses do imunizante. O principal receio é que a B.1.1.529 possa ter características semelhantes, principalmente depois de um estudo preliminar sugerir que o SARS-COV-2, que causa a Covid-19, tem a capacidade de se recombinar.

Segundo o virologista Tom Peacock, do Imperial College de Londres, há outro motivo de preocupação. De acordo com o pesquisador, essa variante contém duas mutações no local usado pelo vírus para se conectar com a a furina, uma proteína presente nos tecidos das nossas glândulas salivares, o que pode indicar maior transmissibilidade e capacidade de infectar células. “Esta é o primeira vez que vi duas dessas mutações em uma única variante”, alertou em sua conta no Twitter.

A circulação descontrolada do vírus em países da África preocupa a Organização Mundial de Saúde (OMS) justamente pelo receio do surgimento de variantes mais perigosas e que escapam da proteção de vacinas. A África do Sul, por exemplo, tem menos de 23% da sua população vacinada.

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