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Bolsonaro avisou Milton Ribeiro sobre buscas da Polícia Federal

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou em uma conversa telefônica com a filha que havia sido alertado diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro de que poderia ser alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal

O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, decidiu enviar a investigação da Operação Acesso Pago para o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com decisão proferida nesta quinta-feira (23/06/2022) pelo magistrado, há a presença de “ocupante de cargo com prerrogativa de foro” e o caso não poderá continuar na primeira instância da Justiça. O ocupante, no caso, seria ninguém menos que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso pela Polícia Federal na quarta-feira (22/06/2022), afirmou em uma conversa telefônica com a filha, mantida no dia 9, que havia sido alertado diretamente por Jair Bolsonaro de que poderia ser alvo de mandados de busca e apreensão.

“O presidente me ligou. Ele está com um pressentimento de que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, disse Ribeiro para a filha, na transcrição da conversa interceptada pela PF e divulgada pela GloboNews.

Com a decisão, a ministra Cármen Lúcia deverá analisar se a investigação prosseguirá no Supremo ou haverá o fatiamento do inquérito entre a Corte e a vara federal.  Antes de chegar à primeira instância, a investigação começou a tramitar no Supremo, mas foi enviada ao juiz Borelli após o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro deixar o cargo. 

A operação foi deflagrada na quarta-feira (22/06/2022) para apurar o suposto trafico de influência e corrupção na liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

Na operação, além de Milton Ribeiro, foram presos os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos e mais dois suspeitos. Ontem, todos foram soltos por determinação do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que concedeu um habeas corpus a pedido da defesa. 

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