Amazonas

BM apresenta modelos de parques eco-industriais em Manaus

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) recebeu nesta terça-feira (20/06/2023), representantes do Banco Mundial (BM), pesquisadores e representantes da indústria e do governo do Amazonas para tratar da agenda para o crescimento verde na economia. O tema do painel foi a Experiência Internacional sobre Parques Eco-Industriais em diversos países, com destaque para o caso de sucesso desenvolvido na Coreia do Sul.

O economista-Sênior do Banco Mundial, Etienne Kechichian apresentou exemplos de parques eco-industriais como em Bangladesh, na Índia e no Vietnam, dando sua opinião que Manaus tem a oportunidade de mostrar para o mundo como ser exemplo de investimento “verde” a partir de ações como a melhoria de investimento em bioeconomia através de métricas sociais e ambientais.

O professor Hung-Suck Park, da Ulsam College, compartilhou a experiência e aprendizados da Coreia do Sul com Parques Eco-Industriais, onde indústrias trabalham numa dinâmica de simbiose, explicou o professor, ao citar iniciativas como a substituição de importação a partir do pó de zinco de alta pureza e reciclagem de água nos processos produtivos.

O evento foi realizado no Auditório Celso Piacentini, com participantes presenciais e por videoconferência. A mediação do debate foi liderada pelo professor da UFAM, Augusto Cesar Barreto Rocha. Também participaram da mesa o auditor fiscal da Receita Estadual, Nivaldo Mendonça e o presidente-executivo do CIEAM, Lúcio Flávio Morais de Oliveira. Representando a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas e o Centro de Bionegócios da Amazônia foi representado por Fábio Calderaro, além do chefe do Escritório de Representação do Estado em São Paulo, Alfredo Lins.

No último mês de maio o Banco Mundial divulgou dois estudos intitulados “Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira – Um Memorando Econômico”, que repercutiu nacionalmente. O CIEAM reforçou em Nota à Imprensa que ampliaria a interlocução com esta instituição, o que realizou em seguida neste evento.

A comitiva do Banco Mundial está de passagem por Manaus para a construção de um novo documento sobre a Amazônia, e, na oportunidade, atenderam ao convite para participar deste evento no CIEAM. “De fato a construção do futuro da Amazônia passa por um entendimento muito difícil de ser feito porque a prosperidade da Amazônia está associada à floresta em pé, nós temos o desafio de usar essas instituições para construir um futuro mais próspero, precisamos acolher todas as instituições locais e mundiais e tratar dos temas que interessem”, ponderou o organizador do evento, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Augusto César Barreto Rocha.

Relatório sobre o PIM

A consultora do Banco Mundial, Claudia Tufani, falou sobre o valor da floresta em pé, que equivale a cerca de R$ 1,5 trilhões de reais. “No capítulo 4, a gente fala como conservar essa floresta em pé a partir de uma visão macroeconômica, a atividade urbana tem um impacto positivo nessa manutenção e nas nossas abordagens a gente viu que o aumento da produtividade urbana demandava menos o uso dos recursos da floresta”, destacou ao falar do Polo Industrial de Manaus.

De acordo com a consultora, o documento que será gerado passa por quatro eixos, sendo estes, o impacto da logística, processos produtivos verdes que trariam mais competitividade, um ambiente de negócios mais propício para a atividade industrial e Parques Eco-industriais, “onde a gente começou a se debruçar mais nesse tema e fez o nosso estudo na Coreia do Sul”, adiantou. Sobre a passagem por Manaus, Claudia reforça que a agenda do Banco Mundial na Amazônia é a de promover a competitividade, “nós temos nos debruçado sobre este trabalho já há algum tempo, e a gente veio aqui na região para aprender com as pessoas daqui”.

Sobre o CIEAM

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM).

Implementada ainda durante a ditadura militar, em 1967, a Zona Franca de Manaus tem como objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil.

Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus, que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2021, movimentou cerca de R$ 158 bilhões.

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