Diversas autoridades do Amazonas reagiram nesta quinta-feira, 18/4, às declarações dadas, em rede nacional, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação aos incentivos fiscais que garantem a subsistência do modelo Zona Franca de Manaus.
“A vantagem comparativa que atrai empresas para a Zona Franca de Manaus é a alíquota alta de IPI. Por essa razão, as empresas vêm para cá produzir bens que têm alíquotas altas de IPI. Se o IPI cai, elas vão embora, por óbvio. O que o Ministro Paulo Guedes fez ontem na entrevista na Globonews foi anunciar que vai diminuir as alíquotas de IPI do que é produzido em Manaus e fazer o Brasil uma grande Zona Franca. Ou seja, vai esvaziar a Zona Franca”, explicou o ex-prefeito de Manaus e deputado estadual, Serafim Correa (PSB). “Merece todo o meu repúdio. Não conhece nada de Brasil. Muito menos da importância da Amazônia para o Brasil”, lamentou.
“O que espero de Guedes é que ele reconheça o peso do Polo Industrial de Manaus, como faz a Organização Mundial do Comércio, a OMC, na manutenção da floresta em pé”, afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) subiu o tom das críticas no Twitter: “Não, ministro Paulo Guedes!!!! Assegurar as vantagens comparativas da ZFM não significa “ferrar” o Brasil. Proteger um dos mais bem-sucedidos programas de preservação ambiental do mundo representa, sim, resguardar a vida de milhões de cidadãos e as futuras gerações. Nós, amazônidas, lançamos ao senhor um desafio: nos chame para um debate aberto e aprenda conosco a fazer a economia crescer sem colocar em risco esse patrimônio que, por incrível que pareça, também é seu”, vociferou.
Mas o ataque mais pesado partiu do senador Omar Aziz (PSD-AM), que chamou Guedes de “não ter compromisso com o Brasil, tem compromisso com os banqueiros”, disse em entrevista à Rádio Tiradentes de Manaus.
Além da crítica, Aziz ameaçou bloquear ações governo no Congresso. “Oito votos dos deputados federais e 3 votos dos senadores pouco muda uma composição numa votação da reforma da Previdência. Nós não temos uma bancada de 40, 50 deputados, mas temos hoje as presidências de importantes comissões no Congresso”, disse o senador.