As forças armadas e o governo Bolsonaro se viram envolvidas em novas denúncias de possíveis casos de corrupção nesta segunda-feira (11/04/2022). Após a compra de R$ 56 milhões em filé, picanha e salmão, desta vez, as Forças Armadas compraram mais de 35 mil unidades de Viagra, medicamento que costuma ser usado para tratar disfunção erétil. Enquanto isso, o governo Bolsonaro é acusado de contratar empresa de fachada para serviços de pavimentação que somam R$ 600 milhões.
Viagra
Dados divulgados no Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal mostram que ao menos oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Segundo informações obtidas pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), os processos de compra foram homologados em 2020 e 2021 e seguem válidos neste ano.
O parlamentar apresentou ainda ao Ministério da Defesa um requerimento no qual pede explicações sobre os processos de compra do medicamento. “No início do mês tivemos um reajuste alto no preço dos remédios, os hospitais sofrem com a falta de medicamentos e Bolsonaro e sua turma usam dinheiro público para comprar o ‘azulzinho’. É um tapa na cara dos brasileiros!”, protestou o deputado em seu perfil no Instagram.
Asfalto
Em outra notícia do dia, matéria do jornal Folha de S. Paulo levantou suspeitas sobre a construtora Engefort, que tem sede em Imperatriz, no sul do Maranhão e tem vencido a maioria das concorrências de pavimentação do governo Bolsonaro em diferentes licitações nas quais participou sozinha ou disputou com uma empresa de fachada registrada em nome do irmão de seus sócios. Até este momento, o governo já tem destinados R$ 620 milhões do orçamento para pagamentos à empresa, sendo que R$ 84,6 milhões deles já foram pagos em licitações.
Segundo a Folha, a Engefort participou e ganhou 53 concorrências, o que representa mais da metade dos pregões. No entanto, em parte dessas licitações, a Engefort contra a empresa Del Construtora Ltda., que está registrada em nome de um dos irmãos dos sócios da líder Engefort. Ou seja, tudo leva a crer que a Del só entrava nas disputas para disfarçar, sendo a verdadeira beneficiada a Engefort.