Observe a parábola a seguir:
Se fosse possível resumir o problema do aguardado Liga da Justiça, lançado esta semana nos cinemas, seria com essa imagem.
Após a recepção controversa de Batman vs Superman: A Origem da Justiça e a chegada do Marvel Studios à casa dos 5 bilhões de dólares em faturamento em 2017, a Warner esqueceu a criatividade e passou a se preocupar em achar uma fórmula que pudesse fazê-la competir em pé de igualdade com a concorrente. Ainda que fosse copiar seu estilo.
Resultado: dando ouvido a muitas críticas sem cabimento e ignorando o grande faturamento das suas produções nas bilheterias, o estúdio tornou a produção de Liga da Justiça uma verdadeira bagunça. Do tom de cores inicial, passando pela participação de atores, tempo de duração e até o diretor do filme, tudo foi modificado. Muita coisa foi trocada com a produção em curso. Há dois meses, filmagens adicionais ainda estavam sendo feitas!
Embora a justificativa oficial foi a perda da sua filha, o afastamento de Zack Snyder já era esperada. Pretexto ou não, o diretor dos dois primeiros filmes dos Vingadores, Joss Whedon assumiu e finalizou o projeto. Comentários da imprensa internacional dão conta de que Whedon alterou as sequências mais importantes do filme.
Mas afinal, Liga da Justiça é ou não um bom filme? É mediano. O que é ruim para uma produção deste tamanho e com personagens tão ricos. Por outro lado, não ser um fiasco no meio de tanta bagunça já é alguma coisa.
O filme tem como maior acerto ajustar o tom do universo DC no cinema. Todos os atores e seus personagens mudam na produção ficando mais parecidos com os quadrinhos. Mesmo Ben Affleck encontra o equilíbrio acrescentando mais sarcasmo ao seu Batman.
Faltou se preocupar justamente com a história. Lobo da Estepe não se mostra um vilão ameaçador ao ponto de precisar de seis oponentes para ser detido. A ligação dele com vilões clássicos como Darkseid é minimizada ao longo do filme.
E agora?
Ao contrário do que se pensa, a melhor produção da DC até aqui (Mulher Maravilha) não copia a Marvel. A produção simplesmente escolheu a diretora certa. Patty Jenkins respeitou os fãs e a essência da personagem. O resto é apenas uma questão de construir um bom roteiro.
Liga da Justiça e os próximos filmes da DC precisam seguir a mesma fórmula. Ouvir as críticas é sempre importante. Mas confiar nos profissionais que você contratante também é.