Em audiência pública promovida com empresários do comércio e representantes da saúde no Amazonas, deputados estaduais defenderam a retomada das atividades econômicas, mesmo com números de óbitos e internações ainda preocupantes em todo estado. O evento aconteceu nesta quinta-feira (11/02), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Deputados estaduais e empresários do setor afirmaram que é possível a abertura gradual do comércio a partir da adoção efetiva de medidas preventivas. A justificativa foi a necessidade de flexibilizar as medidas restritivas para amenizar os prejuízos aos comerciantes e evitar demissões em massa. As empresas alegam que estão no limite e estimam pelo menos 10 mil demissões se o comércio continuar fechado.
Segundo os proponentes da Audiência Pública, deputados Roberto Cidade (PV), presidente do Parlamento, e Josué Neto (Patriota), vice-presidente da Casa, as sugestões apresentadas na reunião, serão enviadas para análise do Governo do Estado e Prefeitura de Manaus. Entre elas estão: a ampliação da frota de ônibus para evitar aglomerações nos coletivos e adoção de dias e horários diversificados para funcionamento do comércio.
“Vimos aqui que é possível a reabertura do comércio, de forma responsável e com a adoção de medidas preventivas. Iremos encaminhar essas sugestões ao Governo do Estado e à Prefeitura de Manaus para tentar evitar que tantas pessoas percam seus empregos” disse Roberto Cidade. “Sou empresário e sei das dificuldades que todos estão enfrentando”, completou.
Após a reunião Josué disse que “ficou claro que existe uma forma segura de retomar as atividades econômicas”, mas isso vai depender da boa vontade do setor privado, do Governo do Estado, Prefeitura de Manaus e também da população. “Existe uma forma segura de reabrir o comércio? Sim. Mas também existem algumas dificuldades que precisamos vencer”, afirmou.
Números ainda preocupantes
Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há 1.731 pacientes internados, sendo 1.050 em leitos (283 na rede privada e 767 na rede pública), 626 em UTI (280 na rede privada e 346 na rede pública) e 55 em sala vermelha. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 91%, sendo 90% na rede pública e 96% na rede particular. Há ainda outros 457 pacientes internados considerados suspeitos.