O governador Wilson Lima autorizou a compra de um terreno na avenida Grande Circular, no bairro Amazonino Mendes, na zona leste de Manaus, pelo valor de R$ 41.212.815,20. Porém, segundo informações do mercado imobiliário local, o valor real do imóvel está entre R$ 5 e R$ 7 milhões. A denúncia partiu do deputado de oposição Dermilson Chagas (sem partido), com base em documentos do Portal da Transparência do Governo do Amazonas.
Segundo o parlamentar, de acordo com os dados obtidos no Portal da Transparência, o pagamento foi realizado no dia 17 de agosto de 2021, tendo como fonte de recurso o Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Estado (FTI). Outros dois órgãos do estado estão envolvidos na transação comercial: a Superintendência Estadual de Habitação do Amazonas (Suhab-AM) e a Secretaria de Estado das Cidades e Territórios (Sect).
A compra foi autorizada pelo governador Wilson Lima com a justificativa de desapropriação do imóvel pertencente à construtora J.E. Arduíno Ltda, cuja sede está registrada em um endereço residencial, no Edifício Van Gogh, nº 1.375, apartamento nº 40G, na avenida Rio Jutaí, no conjunto Vieiralves, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona centro-sul de Manaus, e tendo como proprietários José Edgard Arduíno, o sócio administrador, e Clemente Manoel da Silva Camara, sócio, que também possui registro de outra empresa em seu nome, também tendo como principal atividade a corretagem na compra, venda e avaliação de imóveis.
“Todas as compras para desapropriação feitas pelo Governo do Estado geram dúvidas e contradições, pois nunca sabemos para qual alcance social servirá. Essas desapropriações enriquecem ilicitamente os proprietários, amigos dos poderosos, que não utilizam os serviços do Estado, mas ajudam o governante a permanecer no cargo”, comentou o parlamentar.
O deputado destacou que, além de pagar mais de R$ 34 milhões a mais pelo imóvel, o Governo do Amazonas ainda não é o proprietário oficial do terreno, pois, segundo informações veiculadas no Portal Único, o imóvel continua registrado no nome da empresa J.E. Arduíno Ltda. A Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) foi questionada a respeito da compra superfaturada e do fato de o imóvel ainda não ser oficialmente do Governo do Amazonas, mas, até o fechamento desta matéria, não enviou resposta.