Amazônia

Alvo de garimpeiros, região do Rio Madeira concentra mais de mil espécies de peixes

Um boato de descoberta de ouro na comunidade de Rosarinho, na cidade de Autazes, no Amazonas, a 110 quilômetros de Manaus, atraiu centenas de garimpeiros para a região. Uma operação de sobrevoo organizada pelo Greenpeace Brasil nesta terça-feira (23/11/21) constatou que centenas de balsas estão, há cerca de duas semanas, localizadas sob o Rio Madeira para a extração ilegal de ouro.

O garimpo é feito a partir da utilização de dragas, equipamentos que cavam o fundo do rio em busca do minério. Todo o material coletado é filtrado e a água é devolvida ao rio. Além de ilegal, o trabalho realizado pelas dragas polui e impacta diretamente o meio ambiente e as comunidades ribeirinhas e indígenas.

“O Madeira é o rio com a maior biodiversidade no mundo. Abriga pelo menos 1.000 espécies de peixes já identificadas, e sua bacia contribui com 50% do total da carga de sedimentos suspensos transportados pelo rio Amazonas. Trata-se de um gigante que agoniza com hidrelétricas e uma epidemia de garimpo que nunca foi contida”, afirma Danicley Aguiar, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.

O garimpo ilegal acontece de forma recorrente na região do Baixo Madeira até o estado de Rondônia. Em janeiro de 2021, Rondônia autorizou e regulamentou a prática em seu território, além de revogar um decreto que proibia a extração de minério no Rio Madeira, no trecho da divisa com o Amazonas, no qual a prática continua sendo ilegal.

Em agosto deste ano, a Justiça Federal condenou o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) a anular diversas licenças concedidas de maneira irregular para a extração de ouro no Rio Madeira. A Justiça alegou falta de estudos que apresentem o impacto ambiental antes da concessão de autorizações, principalmente sobre os danos ambientais causados pelo uso de mercúrio nestas atividades.

Com informações da Assessoria de Imprensa Greenpeace Brasil

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