Manaus, 22 de dezembro de 2025 – O nome de umassessor parlamentar do deputado federal Pauderney Avelino (União Brasil-AM) aparece em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou medidas cautelares no âmbito da Operação Galho Fraco.
A ação é conduzida pela Polícia Federal para apurar suspeitas de desvio de recursos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) e lavagem de dinheiro. A decisão foi assinada pelo ministro Flávio Dino em 11 de dezembro, no processo PET 14.918/DF, com base em representação da PF e parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o documento, o assessor João Batista da Silva Campeio, identificado como secretário parlamentar do deputado Pauderney Avelino, foi citado pela Polícia Federal ao justificar a necessidade de ampliação do afastamento de sigilo bancário de pessoas físicas que teriam participado de movimentações financeiras consideradas relevantes para a investigação. O nome consta entre aqueles apontados como remetentes ou destinatários imediatos de valores que circularam em operações analisadas pela PF.
A decisão, vale ressaltar, não atribui ao deputado Pauderney Avelino qualquer conduta criminosa, nem o inclui entre os investigados centrais da operação. O documento limita-se a registrar a menção ao nome de seu assessor no contexto da análise financeira conduzida pela PF.
O que diz a decisão do STF
De acordo com a decisão, a Polícia Federal identificou transferências financeiras com correlação temporal envolvendo o assessor João Batista da Silva Campeio. O relatório descreve que ele realizou transferência de valores a outros investigados, além de ter efetuado depósito fracionado, prática que, segundo a PF, justificaria a ampliação do afastamento de sigilo bancário para permitir o rastreamento da origem e do destino dos recursos.
No trecho do documento que trata da ampliação do alcance da medida, a Polícia Federal afirma que o afastamento de sigilo é necessário diante do “elevado volume de saídas sem identificação de beneficiário” e da opacidade nas transações financeiras, o que comprometeria a rastreabilidade dos fluxos investigados. Entre os nomes listados para essa ampliação está o do assessor do parlamentar amazonense.
A decisão do ministro Flávio Dino acolhe o pedido da Polícia Federal e autoriza o afastamento do sigilo bancário das pessoas listadas, dentro do período compreendido entre 2 de maio de 2018 e 6 de dezembro de 2024, com o objetivo de aprofundar a apuração dos fatos descritos no relatório policial.
Operação Galho Fraco
A Operação Galho Fraco é uma investigação da Polícia Federal que apura suspeitas de desvio de recursos públicos da cota parlamentar, além de possíveis crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O foco da apuração, conforme descrito na decisão judicial, recai sobre deputados federais com prerrogativa de foro, assessores parlamentares e empresas suspeitas de funcionarem como empresas de fachada.
Segundo o documento, a investigação teve início a partir da análise de Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) e de conversas extraídas de aparelhos telefônicos apreendidos, que indicariam fracionamento de depósitos, pagamentos sem identificação de beneficiário, além de contratações de serviços custeadas com recursos da cota parlamentar que estariam em desacordo com as normas da Câmara dos Deputados.
A decisão registra que a Polícia Federal sustenta a hipótese de que recursos públicos teriam sido desviados por meio de contratos de locação de veículos, com posterior circulação dos valores entre assessores e terceiros, dificultando a identificação da origem e do destino final do dinheiro. Diante desses indícios, o STF autorizou buscas e apreensões, quebra de sigilos e o compartilhamento de provas com a Receita Federal do Brasil.
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