Verão começa com previsão de chuvas acima da média no Amazonas

Manaus, 21 de dezembro de 2025 – O verão no Hemisfério Sul começa neste domingo, dia 21, e deve ser marcado por chuvas acima da média histórica em grande parte da Região Norte, incluindo o Amazonas, além de temperaturas mais elevadas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o CPTEC/INPE. A estação segue até 20 de março de 2026 e é caracterizada por mudanças rápidas nas condições do tempo, com ocorrência de chuvas intensas, ventos de moderada a forte intensidade, descargas elétricas e queda de granizo.

De acordo com o prognóstico climático para os meses de janeiro, fevereiro e março de 2026, a Região Norte apresenta condições favoráveis ao predomínio de volumes de chuva acima da média climatológica, termo usado para se referir à média histórica registrada ao longo de vários anos. As exceções apontadas pelos órgãos meteorológicos são o sudeste do Pará e todo o estado do Tocantins, onde os volumes podem ficar abaixo dessa média histórica.

No Amazonas, a previsão indica não apenas maior volume de precipitação, mas também temperaturas acima da média climatológica durante o trimestre do verão. Segundo o Inmet, “a temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas”, com desvios que podem chegar a 0,5 grau Celsius ou mais acima da média histórica em áreas da Região Norte. Esse desvio representa o quanto a temperatura prevista fica acima do padrão normalmente registrado para o período.

Nos estados do Amapá, Roraima e norte do Pará, as temperaturas devem ficar próximas da média histórica, mesmo com volumes elevados de chuva. Em média, os maiores acumulados de precipitação do país durante o verão são esperados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais entre 700 e 1.100 milímetros, volumes considerados elevados dentro do padrão climático brasileiro.

O papel dos sistemas atmosféricos nas chuvas do Norte

O verão brasileiro ocorre quando o Hemisfério Sul recebe maior incidência de radiação solar, resultando em dias mais longos que as noites e aumento das temperaturas. Na Região Norte, as chuvas estão associadas principalmente à Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), um sistema atmosférico formado pelo encontro de ventos, que favorece a formação de nuvens carregadas e precipitações frequentes na faixa próxima à Linha do Equador.

Segundo a Nota Técnica Conjunta do Inmet e do INPE, “nessa estação, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país”, com destaque para áreas que abrigam o bioma Amazônia, onde o verão coincide com o período mais chuvoso do ano.

Além da Região Norte, o Inmet prevê chuvas acima da média histórica na Região Sul, enquanto Nordeste e Sudeste devem registrar volumes abaixo da média climatológica em grande parte de seus territórios. No Centro-Oeste, os volumes acima da média devem se concentrar no oeste do Mato Grosso, enquanto as demais áreas devem ter chuvas próximas ou abaixo do padrão histórico.

As temperaturas, de forma geral, devem apresentar predomínio de valores acima da média climatológica em todas as regiões do país, incluindo o Norte. No caso do Amazonas, a combinação entre chuvas frequentes e temperaturas elevadas marca o padrão esperado para o período, conforme os dados oficiais do Inmet.

Como o conceito de verão se aplica ao Amazonas

Embora o Amazonas não apresente quatro estações bem definidas, como ocorre nas regiões Sul e Sudeste do país, o estado segue o calendário astronômico das estações, adotado oficialmente pelos órgãos meteorológicos. Na prática, isso significa que o chamado verão amazônico não se caracteriza por frio ou calor extremos, mas pela intensificação das chuvas e pela elevação das temperaturas, em comparação com outros períodos do ano. Assim, quando o Inmet se refere ao verão no Amazonas, está descrevendo um intervalo do calendário em que predominam chuvas mais frequentes, maior umidade do ar e temperaturas ligeiramente mais altas, dentro do padrão climático da região equatorial.

Texto originalmente publicado na Revista Cenarium