Engrenagens

Amazonas tem quatro nomes incluídos na nova “Lista Suja” do MTE

Quatro empregadores do Amazonas entram na nova “Lista Suja” do MTE por submeter 15 trabalhadores a condições análogas à escravidão entre os anos de 2020 e 2025

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta segunda-feira, (06/10/2025), a nova atualização do Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como “Lista Suja”. A relação inclui quatro empregadores do estado do Amazonas, responsáveis por 15 trabalhadores resgatados da exploração entre 2020 e 2025.

Os nomes registrados são Adalcimar de Oliveira Lima, Gilcimar Modesto da Silva, Haroldo Jatahy de Castro e Maria das Graças dos Santos Level. Segundo os dados da Auditoria Fiscal do Trabalho, Adalcimar de Oliveira Lima teve 11 trabalhadores submetidos a condições degradantes, Gilcimar Modesto da Silva, dois, enquanto Haroldo Jatahy de Castro e Maria das Graças dos Santos Level tiveram um trabalhador cada.

A nova versão da “Lista Suja” traz 159 empregadores de todo o país, um aumento de 20% em relação à atualização anterior. Desse total, 101 são pessoas físicas e 58 pessoas jurídicas. Os casos ocorreram em diversos estados brasileiros, somando 1.530 trabalhadores resgatados. Minas Gerais lidera o número de inclusões (33), seguida por São Paulo (19), Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12).

O Cadastro é divulgado semestralmente e reúne informações de processos administrativos concluídos, nos quais os empregadores tiveram direito ao contraditório e à ampla defesa. A inclusão é feita apenas após o encerramento desses processos, e os nomes permanecem publicados por dois anos. Nesta edição, além das novas inclusões, o MTE excluiu 184 empregadores que já cumpriram esse período.

As atividades econômicas mais recorrentes entre os casos desta atualização foram a criação de bovinos para corte, os serviços domésticos, o cultivo de café e a construção civil. De acordo com o MTE, 16% das inclusões estão ligadas a atividades urbanas.

A “Lista Suja” é considerada um dos principais instrumentos de transparência no combate ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil. Ela é elaborada a partir das ações fiscais da Auditoria Fiscal do Trabalho, que contam com o apoio da Polícia Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e de outras forças policiais.

Denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma remota e sigilosa por meio do Sistema Ipê, criado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A plataforma, lançada em maio de 2020, é o canal exclusivo para o recebimento dessas denúncias e está integrada ao Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas do Trabalho Escravo.


Descubra mais sobre Vocativo

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.