O 2º Alerta de Cheias do Amazonas, divulgado nesta quarta-feira (30/04/2025) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), reforça a previsão de uma cheia significativa em 2025 nos principais rios do estado. O alerta, que contempla os rios Negro, Solimões e Amazonas, indica grande probabilidade de que os níveis atinjam a cota de inundação severa em diversas localidades, incluindo os municípios de Manacapuru, Itacoatiara e, com destaque, a capital Manaus.
Segundo o SGB, o rio Solimões, em Manacapuru, tem 53% de chance de ultrapassar os 19,60 metros — marca que define a cheia severa no município. Em Itacoatiara, o rio Amazonas também pode atingir esse patamar. Em Manaus, o rio Negro já superou a cota de inundação (27,50 m) e tem 42% de probabilidade de alcançar a cota severa de 29 metros. A máxima histórica, registrada em 2021 (30,02 m), porém, tem menos de 1% de chance de ser repetida.
A estimativa do pico da cheia considera um intervalo de 45 dias a partir da divulgação do alerta, que é elaborado com apoio de instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). A previsão para Manaus é que o nível do rio Negro atinja aproximadamente 28,91 metros, variando entre 28,38 e 29,45 metros, com 80% de intervalo de confiança.
Durante a apresentação do alerta, na Superintendência do SGB em Manaus (SUREG-MA), o gerente de Hidrologia e Gestão Territorial, André Martinelli, afirmou que o cenário de cheia significativa já havia sido antecipado no primeiro alerta emitido há 75 dias, e que agora é confirmado com maior precisão.
Apesar de a previsão não apontar para recordes históricos, a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho, destacou que os níveis devem se aproximar da cheia de 2021. Segundo ela, o comportamento dos rios está sendo influenciado por fatores como o atraso da cheia do rio Madeira, que este ano teve o pico deslocado para meados de abril, cerca de 15 dias após o habitual.
O alerta abrange os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, que juntos somam uma população de mais de 2,3 milhões de habitantes. O objetivo é fornecer subsídios técnicos à Defesa Civil e demais órgãos para o planejamento e antecipação de ações em áreas de risco.
Castilho informou ainda que o SGB já atua de forma integrada com a Defesa Civil, órgãos meteorológicos e instituições que lidam com saneamento básico em comunidades vulneráveis. Um grupo coordenado pela Casa Civil também já trabalha na preparação para o período seco na Amazônia, que costuma agravar os impactos sociais e ambientais em regiões ribeirinhas.
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