Engrenagens

IBGE: Manaus é a sétima capital menos arborizada do país

Quase 1,2 milhão de pessoas vivem em áreas sem árvores em Manaus, aponta o Censo 2022. No estado do Amazonas, o cenário é igualmente crítico: 54,89% da população vive em áreas sem árvores. Estado ocupa a quarta pior posição do Brasil em cobertura vegetal urbana

Mais da metade da população de Manaus vive em áreas completamente desprovidas de árvores. A capital do Amazonas foi apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a terceira capital da região Norte com menor cobertura vegetal nas áreas urbanas, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (17/04/2025), referentes ao Censo Demográfico 2022.

De acordo com a pesquisa sobre as características do entorno dos domicílios urbanos, 55,07% dos moradores de Manaus — mais de um milhão de pessoas — residem em locais sem qualquer arborização. Outros 9,07% vivem em regiões com apenas 3 a 4 árvores no entorno e apenas 13,9% contam com cinco ou mais árvores, o que representa uma das menores taxas entre as capitais brasileiras. No ranking nacional, Manaus ocupa a sétima pior posição em arborização urbana.

O dado chama atenção especialmente diante das altas temperaturas da cidade e da frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e fumaça provocada por queimadas. A ausência de árvores não apenas reduz o conforto térmico e a qualidade do ar, mas também agrava os efeitos das mudanças climáticas e compromete a saúde pública.

A situação reflete um cenário de infraestrutura urbana precária que se estende a outros aspectos. O levantamento revela que 99,1% dos manauaras vivem em áreas sem ciclovias, 93% não têm acesso a pontos de ônibus próximos e 33,4% residem em regiões sem bueiros ou bocas de lobo, o que contribui para alagamentos.

A acessibilidade urbana também é limitada: 75,38% vivem em áreas sem rampas para cadeirantes e 74,3% enfrentam obstáculos nas calçadas. No estado do Amazonas, o cenário é igualmente crítico: 54,89% da população vive em áreas sem árvores. Com isso, o estado ocupa a quarta pior posição do Brasil em cobertura vegetal urbana.

Segundo o IBGE, os dados foram coletados em mais de 340 mil setores censitários urbanos em todo o país. O objetivo da pesquisa é subsidiar políticas públicas e orientar o planejamento urbano com base em evidências, conforme diretrizes da Agenda 2030 da ONU e do Estatuto da Cidade.


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