Apesar de sucessivas reduções no preço dos combustíveis promovidas pela Refinaria da Amazônia (REAM) desde dezembro de 2024, o valor da gasolina nos postos de Manaus continua sem alterações significativas para o consumidor final. Atualmente, o litro do combustível é comercializado a R$ 7,29 na capital amazonense — o preço mais alto entre todas as capitais brasileiras.
Na última sexta-feira, 11 de abril, a REAM reduziu em R$ 0,20 o valor da gasolina vendida às distribuidoras. Essa foi a oitava redução consecutiva em menos de cinco meses. Somadas, as quedas acumulam R$ 0,82 por litro no preço de venda da refinaria. No entanto, a diferença não vem sendo repassada aos consumidores nos postos da cidade.
A ausência de repasse das reduções tem gerado críticas, sobretudo pela falta de explicações claras por parte do setor varejista e das autoridades reguladoras. A discrepância entre os valores praticados na refinaria e nas bombas levanta suspeitas de prática de cartel, o que poderia estar dificultando a livre concorrência e mantendo os preços artificialmente elevados.
O vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) voltou a denunciar a situação no domingo, 13 de abril. Segundo ele, o mercado de combustíveis em Manaus estaria sob domínio de um suposto cartel, impedindo a queda dos preços ao consumidor. “O cartel continua mandando na cidade”, afirmou o parlamentar, que também criticou a falta de ação das autoridades de fiscalização. Guedes calcula que a não redução nos preços pode estar gerando um prejuízo estimado em R$ 82 milhões mensais à população manauara, com base em um consumo mínimo da gasolina.
Enquanto a refinaria reduz seus preços, a prática uniforme dos valores nas bombas sem justificativas compatíveis com os custos pode configurar infração à ordem econômica, segundo especialistas no setor. Até o momento, nenhum órgão de controle ou fiscalização estadual se pronunciou oficialmente sobre a nova redução anunciada pela REAM ou sobre possíveis investigações acerca dos preços praticados nos postos.
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