O Amazonas pode enfrentar novamente um cenário de inundações em 2025, conforme indica o 1º Alerta de Cheias do Amazonas, divulgado nesta sexta-feira (28/03/2025) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). O evento, realizado na Superintendência de Manaus (SUREG-MA), tem como objetivo apoiar o planejamento de ações para mitigar os impactos da cheia. A previsão abrange os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, que concentram mais de 2,3 milhões de habitantes.
Previsões hidrológicas
Segundo os especialistas do SGB, em Manaus, o Rio Negro pode atingir aproximadamente 28,68 metros, com 98% de chance de ultrapassar a cota de inundação de 27,50 metros. Já em Manacapuru, a previsão é que o Rio Solimões alcance 19,47 metros, também com 98% de probabilidade de atingir a cota de inundação.
Para Itacoatiara, o Rio Amazonas deve chegar a 14,33 metros, com 76% de chance de superar os 14 metros da cota de inundação. Em Parintins, o nível do rio pode atingir 8,48 metros, com uma probabilidade de 56% de ultrapassar a cota de inundação.
De acordo com Alice Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, os alertas de cheia são emitidos com 75, 45 e 15 dias de antecedência para permitir que as Defesas Civis local e estadual adotem medidas preventivas.
Fenômenos climáticos e previsão de chuvas
O gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Andre Luis Martinelli, destacou que a região tem enfrentado eventos extremos, alternando entre grandes cheias (2021 e 2022) e secas históricas (2023 e 2024). Para 2025, a expectativa é de uma cheia considerada ordinária, mas com 30% de chance de ultrapassar a cota de inundação severa em algumas regiões.
O pesquisador do INPA Renato Senna ressaltou que o período chuvoso no final de 2024 começou com déficit, mas a recuperação dos níveis dos rios ocorreu devido ao resfriamento do Oceano Pacífico e às mudanças na temperatura do Atlântico Equatorial. O meteorologista Leonardo Vergasta, do LABCLIM-UEA, alertou para precipitações acima da média na Bacia Amazônica em abril, o que pode intensificar o volume dos rios.
Impactos e medidas de prevenção
A Defesa Civil do Amazonas tem implementado estratégias para reduzir os impactos das cheias. O subsecretário Cel. Clóvis Araújo informou que, atualmente, 28 municípios estão em situação de normalidade, oito em atenção e 23 em alerta, com preocupação especial para as bacias dos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões. Entre as medidas adotadas, estão a ampliação de estações fluviométricas, fornecimento de água potável, criação de um fundo emergencial e desenvolvimento de sistemas de monitoramento, como o aplicativo “Cota Rio”, voltado à segurança na navegação.
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