
As intensas chuvas que atingiram Manaus na última terça-feira (04/03/2025) expuseram a vulnerabilidade da cidade diante da ausência de infraestrutura para drenagem adequada. O volume de chuva registrado pela estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na avenida Mário Ypiranga Monteiro chegou a 109,6 mm, o que representa 34,15% da média climatológica prevista para todo o mês de março. O resultado foram 32 ocorrências graves, incluindo alagamentos, desabamentos e deslizamentos de terra.
O caos gerado pela forte precipitação poderia ter sido mitigado se a Câmara Municipal de Manaus (CMM) não tivesse rejeitado, em dezembro de 2024, uma emenda parlamentar do vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) que destinava R$ 10 milhões para obras de micro e macrodrenagem na cidade. A proposta foi rejeitada pela base governista, impedindo investimentos que poderiam minimizar os impactos das chuvas.

A rejeição dessa emenda torna-se ainda mais grave diante do cenário desta terça-feira. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros registraram mais de 190 chamados de emergência, com bairros inteiros tomados pela água. Os maiores estragos ocorreram na zona Leste, especialmente nos bairros Zumbi, Grande Vitória, Jorge Teixeira e região da Grande Circular. Outras áreas afetadas incluem Aparecida, Praça 14 e Centro, locais onde a falta de drenagem eficiente agrava a situação em dias de chuvas intensas.
“Agora a cidade sofre com enchentes e deslizamentos que poderiam ter sido evitados! Minha emenda de R$ 10 milhões para drenagem foi rejeitada! Onde está a prioridade do dinheiro público?
Vereador Rodrigo Guedes (PP)
Vereador denuncia falta de investimentos
Rodrigo Guedes usou suas redes sociais para criticar a decisão da CMM de barrar investimentos em drenagem. “Agora a cidade sofre com enchentes e deslizamentos que poderiam ter sido evitados! Minha emenda de R$ 10 milhões para drenagem foi rejeitada! Onde está a prioridade do dinheiro público?”, escreveu o vereador em seu perfil no X.
A proposta de Guedes fazia parte de um conjunto de emendas que foram rejeitadas em bloco pela base governista. Além da drenagem, ele havia sugerido recursos para arborização, incentivo ao esporte e construção da chamada “Cidade do Autista”. Todas foram descartadas sem justificativa técnica plausível.
Alagamentos e deslizamentos deixam rastro de destruição
A chuva intensa deixou um rastro de destruição. De acordo com a Defesa Civil, foram registrados 17 alagamentos graves em todas as zonas da cidade, além de desabamentos de casas e deslizamentos de barranco. Famílias inteiras perderam seus bens e precisaram sair às pressas de suas residências.
Os impactos foram sentidos também no trânsito, com vias intransitáveis e veículos ilhados em áreas críticas. Moradores afetados relataram a dificuldade de escoamento da água, reforçando a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura pluvial.

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