05 de novembro de 2024 – A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta terça-feira a Operação Terra Justa, com o objetivo de combater o desmatamento ilegal na Amazônia e impedir o avanço de atividades que comprometem o meio ambiente. A ação envolve o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em imóveis de investigados, sendo quatro em Manaus e um em Novo Progresso (PA), expedidos pela 7ª Vara Federal de Manaus. Além das buscas, foram emitidos sete mandados de sequestro de bens e bloqueio patrimonial, somando um valor superior a R$ 78 milhões, destinados à recuperação das áreas degradadas.
As investigações apontam para a atuação de um grupo criminoso que teria promovido e financiado o desmatamento de aproximadamente cinco mil hectares através de queimadas, com o intuito de transformar as áreas em pastagens para produção de gado. Conforme laudo pericial da PF, as ações ilícitas do grupo não se restringem ao desmatamento: também envolvem o comércio ilegal de minérios, prática que viola as leis de proteção de bens da União. A movimentação financeira do grupo teria sido feita por meio de empresas fictícias.

A operação teve início após a Polícia Federal obter informações de polícia judiciária, indicando possíveis focos de queimada em áreas da União. A partir de análises de dados e imagens, foram identificados três grandes polígonos com incêndios florestais extensivos, entre eles um imóvel situado em Apuí (AM), onde teriam ocorrido fraudes documentais que afetam toda a cadeia dominial.
Segundo a Delegada de Polícia Federal, Camila Cantanhede, chefe da Delegacia de Meio Ambiente da PF no Amazonas, a operação tem como finalidade principal a descapitalização do grupo e a arrecadação de recursos para reparar os danos ambientais. “A operação visa não apenas descapitalizar o grupo criminoso, mas principalmente angariar recursos para a reparação dos danos ambientais causados”, afirmou. “Segundo o laudo pericial produzido pela Polícia Federal, esses danos estariam acima de R$ 78 milhões.”
Camila Cantanhede também destacou que o ano de 2024 tem sido um dos mais críticos em relação às queimadas no Amazonas, fator que intensificou o monitoramento de áreas devastadas. “A investigação iniciou-se de um polígono de terra da União que estava sofrendo queima. Foi um dos casos que a gente monitorou neste ano, um dos anos com maiores queimadas no estado do Amazonas”.
A Delegada ressaltou que um dos alvos da operação já foi preso anteriormente, em 2021, por envolvimento no comércio ilegal de diamantes, o que reforça o perfil recorrente de ilegalidades do grupo investigado. A identidade do indivíduo não foi revelada. A Polícia Federal apura crimes de incêndio florestal, lavagem de dinheiro, invasão de terras públicas e falsidade ideológica, com penas que podem chegar a até 26 anos de prisão.
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